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27/04/2022 - 10h09

Agentes esperam diálogo constante para garantir investimentos em multimodalidade

Fonte: Portos e Navios
 
ABTP avalia que projetos de autorizações ferroviárias só serão possíveis com segurança jurídica, desburocratização e manutenção de conversas entre setor empresarial e representantes do governo, de autoridades portuárias e demais envolvidos na logística.
 
Agentes do setor portuário destacaram, nesta terça-feira (26), a necessidade de se aproveitar da melhor forma possível o instrumento de autorizações ferroviárias (Lei 14.723/2021) para garantir conexões multimodais e a logística mais eficiente para levar a carga da origem até os portos mais próximos. A avaliação é que as melhorias na infraestrutura nacional dependem de diálogos constantes para encontrar soluções que favoreçam o escoamento da carga até os portos e viabilizem investimentos privados.
 
O diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Jesualdo Silva, disse que o governo entendeu que precisa olhar o país ‘de cima’ para fazer o planejamento de sua infraestrutura, mas que não é suficiente para ganhos de competitividade. “Consideramos que o Plano Nacional de Logística (PNL 2035) foi um grande passo, ao pensar toda a trajetória da carga em termos de movimentação e de valor dessa carga”, analisou Silva, em Salvador (BA), durante o evento Nordeste Export.
 
Ele considera que o exercício é pensar na infraestrutura de transporte mais adequada para cada carga. Silva observa que, especificamente na região Nordeste, existe um potencial para a cabotagem que salta aos olhos. Ele também identifica possibilidades de integração com ferrovias e hidrovias, pensando no transporte de cargas do agronegócio com origem na região Centro-Oeste.
 
O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), Carlos Autran, disse que o momento é importante para se pensar e exercitar a política pública. Ele considera que a nova lei permite a exploração de ferrovias por meio de autorizações, o que abre possibilidade do empresário investir, simplificando o processo e tornando o ambiente mais favorável ao empreendedor. “Temos que ter o modal ferroviário unido com o porto, de modo que possamos contribuir melhor para a economia do país”, afirmou Autran.
 
Autran acrescentou que o atual cenário dos projetos ferroviários tem potencial de atrair novos terminais portuários para o estado. Segundo o presidente da Codeba, o modal ferroviário é peça-chave para a expansão do desenvolvimento da economia baiana, por meio do transporte de cargas do agronegócio e do setor de mineração para terminais portuários. Ele identifica possibilidade de expansão das instalações portuárias na Baía de Todos os Santos a partir da renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
 
A ABTP entende que o novo marco das ferrovias permite que o setor privado faça tramos com extensões menores (short line) que as concessões de linhas férreas para atender a áreas específicas de um negócio. Silva ressaltou que esses projetos só serão possíveis com segurança jurídica, desburocratização e diálogo do setor empresarial e representantes do governo, autoridades portuárias e demais envolvidos na logística.
 
“É necessário um diálogo constante. Houve abertura, mas precisamos continuar. Cabe às associações canalizar essas demandas. Temos ferramentas para viabilizar a multimodalidade. Muito está sendo feito e precisa ser feito para a carga chegar de alguma forma até o porto”, salientou o diretor-presidente da ABTP.
 
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