Fonte: A Tribuna On-line

 

Mobilização foi feita em conjunto com o auditores e outros servidores da Receita Federal.


 

Analistas tributários da Alfândega da Receita Federal no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, realizaram um protesto nesta quinta-feira (12) contra o descumprimento do acordo salarial assinado com o Governo Federal. Segundo a categoria, ao menos sete mil profissionais no país estão com os braços cruzados.

 

Com faixas e cartazes, os analistas ocuparam as escadarias do edifício da Alfândega, no Centro de Santos, durante a manhã. Auditores fiscais e servidores do Fisco também se reuniram com os colegas durante o ato, que ocorreu em paralelo a outras unidades da Receita Federal ao longo do dia pelo Brasil.

 

Os analistas deflagraram uma greve de 72 horas. O presidente do Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita (Sindireceita), Geraldo Seixas, explica que a paralisação ocorre também pela não regulamentação do bônus de eficiência, instrumento amparado no cumprimento de metas de eficiência institucional.

 

Segundo Seixas, o ato impacta o atendimento que é oferecido à população. "O único recurso que nos resta é encarar o embate político por meio da greve, que é o nosso instrumento da luta política para assegurar os direitos da categoria. A greve é necessária após esgotarmos todos os canais de diálogo", declarou.

 

A categoria também critica a Portaria nº 310 do órgão, que reduz a presença de fiscais nos plantões aduaneiros. Segundo o Sindireceita, a normativa enfraquece as ações de combate ao contrabando, ao descaminho e ao tráfico de entorpecentes, principalmente em portos, aeroportos e postos de fronteira.

 

O G1 entrou em contato com o Ministério dos Transportes, mas ainda não recebeu um retorno sobre o assunto.

 

Atrasos

 

De acordo com o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Santos e Região (SDAS), Níveo Peres dos Santos, o estado de greve dos auditores na região está causando um atraso de sete a oito dias na liberação de cargas no Porto de Santos.

 

"Todas as mercadorias que exigem conferência física, que precisam que os auditores analisem essa mercadoria, estão atrasadas. Uma carga que poderia ser liberada em 24 horas, até no máximo 48 horas, está demorando de sete a oito dias para liberação", explica.