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20/04/2018 - 03h57

Ao STF, ex-presidente da Rodrimar ajusta versão e omite promessa de Temer sobre obra no Porto de Santos

Fonte: Blog da Andréia Sadi / G1


 
A defesa do ex-presidente da Rodrimar Celso Antonio Grecco omite em documento protocolado nesta quinta-feira (19) no Supremo Tribunal Federal (STF) relato do próprio Grecco à Polícia Federal (PF) sobre uma promessa que disse ter ouvido de Michel Temer a respeito de uma concessão na área do Porto de Santos. Grecco foi preso pela PF em março deste ano durante a Operação Skala.
 
No documento, Grecco disse que os representantes da Rodrimar nunca trataram sobre a concessão por "meio de abordagens escusas" com o Poder Público. Disse, ainda, que sempre tentaram "o diálogo aberto e republicano" com os órgãos que discutiam a agenda da Rodrimar – tais como a Vice-Presidência da República. "Sempre de forma oficial, sempre de forma lícita", diz o documento.
 
Grecco adota, no documento enviado ao STF, a linha de defesa do Planalto – de que a Rodrimar não foi beneficiada com o decreto dos Portos.
 
A versão da defesa é um ajuste no depoimento do próprio Grecco à PF, quando ele foi preso na Operação Skala. Na ocasião, ele relatou uma frase que teria ouvido do então vice-presidente Michel Temer sobre a concessão de áreas no porto de Santos: "Vou ver o que posso fazer".
 
Em depoimento anterior à PF, em dezembro do ano passado, Grecco afirmou que não havia discutido questões do setor portuário com Michel Temer. Em janeiro, ao responder questionário formulado pela Polícia Federal, Temer negou que tenha tratado do assunto com Grecco.
 
De acordo com o relatório do depoimento prestado por Grecco à Polícia Federal em março, o empresário afirmou que tinha interesse no "adensamento" de uma área da Rodrimar no porto de Santos.
 
O "adensamento" pretendido por Grecco era parte da negociação feita pela Rodrimar com a Eldorado Celulose, do grupo J&F, do empresário Joesley Batista, para a venda de uma área no porto de Santos, mas havia sido negado pelo governo – o que poderia levar à rescisão do contrato.
 
Joesley e o executivo Ricardo Saud, do grupo J&F, disseram em depoimentos à PF que Grecco se dispôs a atuar no governo federal para conseguir a aprovação do negócio.
 
Procurado, o advogado Fabio Tofic, que defende Grecco, disse que a peça é técnica e que a defesa trabalha com as versões que estão nos autos da investigação.
 
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