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27/06/2016 - 07h15

Bandeirantes é terminal modelo no projeto de segregação de cargas perigosas conduzido pela Antaq

Fonte: Segs
 
 
A Antaq detectou a necessidade de implantar um sistema único em toda a região, após incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. E, ao vistoriar os terminais 22 e 23 da Bandeirantes Logística Integrada, encontrou sistemas de controle da segregação de cargas perigosas que serviriam de modelo aos demais terminais.
 
Uma das prioridades da Bandeirantes Logística Integrada é a Segurança em todas as suas unidades. Por isso, recentemente criou um sistema interno para identificar rapidamente quais cargas estão armazenadas no terminal e onde elas estão localizadas. E, a cada movimentação de contêiner, essas informações são atualizadas imediatamente.
 
A ideia surgiu, pois durante o ocorrido, o Corpo de Bombeiros levantou a necessidade de informações imediatas e precisas, pois desta forma identificariam quais os produtos perigosos estavam envolvidos no cenário da emergência, afim de determinar as adequadas ações de contenção das chamas.
 
"Quando acontece um sinistro é preciso evacuar o terminal. Após a retirada dos colaboradores, chega o Corpo de Bombeiros. O que pode ser feito com o incêndio? Jogar água na área afetada ou o produto irá reagir ainda mais? O pátio está vazio, não há ninguém para fornecer a informação. E isso é um problema", conta Daniel A. Santos, representante da Antaq. Ele conta que, após o incêndio, verificou-se a necessidade da construção de um banco de dados que esteja localizado fora da área de risco. O Claps (comissão do Porto na qual participam representantes de todos os órgãos federais, como Polícia Federal, Alfândega, Ibama, Exército e Antaq) aprovou essa tarefa e nomeou a Agência para sua implantação.
 
A Antaq - Agência Nacional de Transportes Aquaviários - iniciou as vistorias no Porto de Santos na Bandeirantes Logística Integrada – unidade IPA. A empresa demonstrou boas práticas quanto ao controle da segregação de produtos perigosos em suas operações, favorecendo a não ocorrência de sinistros por conta de reações químicas, acidentes ambientais e prevenção de riscos aos trabalhadores.
 
O sistema da Bandeirantes é adequado para as operações de seu terminal e fornece ferramenta não somente para a atuação no momento da emergência, mas também como mecanismo de prevenção. Por isso, o órgão sugeriu uma parceria com a colaboração da empresa para repassar este conceito às autoridades para melhor entendimento de como o terminal executa suas atividades de modo a reduzir riscos e manter ações de prevenção.
 
"A ideia de criar o sistema com uma logística inteligente para a identificação de cargas, surgiu do departamento de SMA (Segurança e Meio Ambiente). Em nosso sistema, se houver qualquer ocorrência, conseguimos saber exatamente qual tipo de produto foi atingido, quais outros produtos são incompatíveis, qual a Fispq, qual recurso que deve ser utilizado para combater as chamas e todas as outras informações que são necessárias em sinistros", explica Marcos Adei, Gerente SMA e Segurança patrimonial. Ele lembra que o armazenamento de dados fica localizado em uma área segura e fora do IPA.
 
Após ser comunicada que forneceria essas informações ao restante do Porto de Santos, a equipe de Segurança do Trabalho da Bandeirantes Logística repassou todos os dados para a Antaq, que montou uma capacitação, realizada recentemente na unidade IPA.
 
O curso reuniu quase 35 pessoas: 10 oficiais do Corpo de Bombeiros, representantes da Polícia Federal e representantes das demais autoridades que atuam na zona portuária de Santos. Foram ministradas aulas com conteúdo voltado a situações de emergência envolvendo cargas perigosas e fornecidas às ferramentas necessárias para lidar com o sistema.
 
Todos que participaram foram orientados a como identificar os tipos de cargas perigosas, sejam elas explosivas, inflamáveis, venenosas, gases comprimidos ou liquefeitos, ou qualquer outro tipo. Também como interpretar a incompatibilidade e distanciamentos necessários para garantir que não ocorram reações químicas que potencializem o cenário e fornecendo condições para a atuação eficiente de combate a emergência e segurança dos envolvidos, meio ambiente e sociedade, sempre seguindo a legislação vigente específica para cargas perigosas.
 
Também foram fornecidas as ferramentas para que todos saibam operar e atualizar corretamente o sistema e também armazenar as cargas corretamente nos pátios. Os Bombeiros também foram orientados a como identificar a localização dos contêineres dentro dos pátios.
 
O sistema, apresentado nessa capacitação, deverá servir de modelo para outros terminais. Porém, as informações são sigilosas. Não será possível ter qualquer acesso, exceto se houver alguma ocorrência que seja preciso acionar o Corpo de Bombeiros. Portanto, os dados só serão disponibilizados em caso de emergência. "As informações só serão liberadas em sinistros. O banco de dados será armazenado na Abtra, o que irá garantir o sigilo. O acesso será apenas com o e-CPF do responsável. Todos os cuidados com segurança foram tomados, os terminais podem ficar tranquilos", garante Daniel A. Santos, representante da Antaq.
 
"Tivemos aula teórica e práticas realizadas em sala, prazo ideal para formarmos os agentes multiplicadores. Os oficiais irão repassar conhecimento aos demais bombeiros. Os representantes dos terminais irão treinar suas equipes. Também deixamos material o disponível on-line para quem quiser tirar dúvidas ou se aprofundar ainda mais no assunto", conta João Gilberto Campos, da Incatep Treinamentos.
 
A meta é que o sistema seja implantado nos terminais em até 90 dias, ou seja, até início de outubro.
 
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