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28/08/2020 - 09h11
Caminhoneiros protestam contra a perda de trabalho no Porto de Santos
Fonte: G1 Santos
Categoria é contra o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos, que prevê a ampliação do modal ferroviário.


Os caminhoneiros da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, realizaram na manhã desta quinta-feira (27) uma carreata contra o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos. Segundo a categoria, o plano diminuirá os postos de trabalho dos caminhoneiros já que prevê a expansão de áreas e ampliação do modal ferroviário.
O protesto começou na Avenida Augusto Barata, conhecida como Retão da Alemoa. Os trabalhadores seguem em carreata pelo cais santista até a região da Ponta da Praia e, depois irão retornar ao local do início do protesto. A categoria garante que o movimento não atrapalhará a população nem o trânsito da Cidade. Cerca de 100 caminhoneiros estão participando da ação.
O presidente da Associação dos Caminhoneiros do Estado de São Paulo, Alexsandro Viviani, explica que o protesto está sendo realizado contra a perda de trabalho no Porto de Santos. De acordo com ele, o PDZ pretende implementar a movimentação de celulose e grãos na Ponta da Praia, diminuindo o transporte de contêineres, que gera diversos empregos.
"Quando fecharam a Libra, sete mil pessoas ficaram desempregadas. Agora, querem fechar mais duas grandes empresas da região. Quem vai transportar a celulose e os grãos não são caminhoneiros, pois chegam de bitrem. Já a movimentação de contêineres tem mais pessoas trabalhando porque o processo é maior. Mas, querem acabar com esse tipo de transporte", explica o presidente.


Plano de Desenvolvimento e Zoneamento
O PDZ foi aprovado pelo Ministério da Infraestrutura no dia 28 de julho. A nova versão do estudo define diretrizes para a exploração das áreas do complexo marítimo santista.
A concretização das medidas previstas no plano vão elevar a capacidade do Porto em cerca de 50% até 2040, permitindo que possa operar até 240,6 milhões de toneladas, segundo projeção da Autoridade Portuária de Santos. Nos próximos dez anos, as obras e os terminais planejados para o complexo vão gerar investimentos de R$ 9,65 bilhões e abrir 21,6 mil empregos diretos.
Em nota, a Santos Port Authority (SPA) disse que, com o novo PDZ, a expectativa é de que a movimentação rodoviária aumente em aproximadamente 40%, o que vai gerar mais empregos para os caminheiros, razão pela qual não faz sentido se falar em redução de trabalho para motoristas de carreta.
A estimativa é que, entre obras e novos postos nos terminais, sejam criados 60,4 mil empregos, equivalente a 21% da população ocupada nas três cidades do entorno do Porto – Santos, Guarujá e Cubatão. Somente em obras, a SPA projeta a criação de 58 mil empregos nos próximos 5 anos, sendo 19,3 mil diretos, 9 mil indiretos e 29,7 mil efeito-renda.
Além disso, a ampliação de capacidade e movimentação resultará em ao menos 2,4 mil novos empregos diretos nos terminais, um incremento de 15% sobre a base atual, saindo de 16,1 mil trabalhadores para 18,5 mil.
A Santos Port Authority (SPA) disse ainda que respeita o direito democrático de manifestação, como o protesto pacífico de caminhoneiros na avenida perimetral de Santos, que não interrompeu o trânsito ou impactou nas operações portuárias.








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