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30/03/2022 - 10h33
Codesa será disputada por Quadra e Vinci Partners
Fonte: Valor Econômico
O leilão de desestatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) será disputado por dois grupos: a Quadra Capital e a Vinci Partners, segundo fontes de mercado. A concorrência será realizada nesta quarta-feira (30), a partir das 11h, na sede da B3, em São Paulo.
A gestora Pátria também estudou a licitação a fundo, mas acabou ficando de fora, segundo pessoas a par do assunto.
Com uma visão financeira do negócio, os fundos deverão se associar a operadores estratégicos para administrar o porto, caso efetivamente vençam a disputa. A Vinci já tem participação em diversas empresas de infraestrutura, com investimentos em energia, telecomunicações e saneamento. A gestora também tem se mostrado interessada em outros ativos do setor, como a desestatização do Porto de Santos.
A Quadra também já atua no setor de infraestrutura, porém, com foco no mercado de crédito. Agora, a gestora tenta dar um passo adicional e fazer um investimento direto no capital do negócio. Segundo fontes, a empresa irá participar por meio de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) controlado inteiramente pelo grupo.
Trata-se da primeira desestatização no país de uma companhia docas. O setor portuário brasileiro já está habituado a terminais privados ou arrendados, mas as autoridades portuárias – responsáveis pela gestão e desenvolvimento das áreas comuns dos portos – são totalmente estatais.
O modelo adotado no leilão é híbrido: haverá a privatização da Codesa, combinada a uma concessão dos portos de Vitória e Barra do Riacho por um prazo de 35 anos, prorrogável por mais cinco.
Vencerá a competição quem oferecer a maior outorga, cujo valor mínimo é simbólico, de R$ 1. O novo operador terá que desembolsar R$ 327 milhões para comprar as ações da Codesa. Além disso, a concessão prevê outros compromissos: haverá o pagamento de 25 parcelas de R$ 24,75 milhões, a partir do sexto ano de contrato, e uma contribuição variável, equivalente a 7,5% da receita bruta. Os investimentos estimados somam R$ 335 milhões em obras e ao menos R$ 520 milhões de custos com manutenção ao longo da concessão.
Para Fábio Abrahão, diretor de Concessões e Privatizações do BNDES, que modelou o projeto, a desestatização de companhias docas irá ampliar a eficiência da operação portuária no país.
“O primeiro passo foi o aumento de eficiência do terminal. Mas este está submetido às condições do acesso terrestre, do acesso marítimo. Hoje as ineficiências estão fora do terminal. A desestatização da autoridade portuária significa uma melhor gestão do porto e da terra. A capacidade de responder às necessidades e se adaptar vai ser muito maior. É uma mudança estrutural”, afirma o diretor.








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