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21/03/2022 - 10h33
Com projeção de 60 mil empregos gerados, trabalho pós-desestatização terá novo perfil
Fonte: A Tribuna On-line
Tema foi abordado no 1º Encontro Porto & Mar 2022, do Grupo Tribuna
A geração de empregos a partir do processo de desestatização do Porto de Santos foi debatida, na última sexta-feira (18), no 1º Encontro Porto & Mar, realizado pelo Grupo Tribuna, em Santos. A expectativa é que a mudança na gestão da Autoridade Portuária faça com o que o perfil do trabalhador no setor portuário passe por uma radical transformação.
O diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da Santos Port Authority (SPA), Bruno Stupello, explicou que o número de 60 mil postos de trabalho a serem gerados no Porto de Santos - cuja divulgação ocorreu na primeira audiência pública sobre a desestatização, em fevereiro - é fruto de uma “metodologia para cálculo de geração de empregos de acordo com os investimentos”.
O advogado e professor especializado na relação capital-trabalho Lucas Rênio falou sobre a liberdade de contratação. “É importante que o empresário possa optar pelo modo de contratação e por quem ele vai contratar”. Para ele, o que garantirá a “colocação dos trabalhadores portuários é a qualificação”.
Desta forma, o engenheiro e especialista em tecnologia e logística portuária Ricardo Pupo explicou que o processo de desestatização irá permitir uma “relação mais célere” com a administração do complexo portuário, promovendo um maior desenvolvimento tecnológico.
“Este desenvolvimento é acusado de tirar empregos, mas ele substitui aqueles de menor valor agregado pelos de maior valor agregado. Permite maior produtividade”.
Professor e executivo de gestão de pessoas e recursos humanos, Hudson Carvalho lembrou da divulgação dos 60 mil novos postos de trabalho em Santos e admitiu haver preocupação com a qualificação da mão de obra.
“Empregos típicos da atividade portuária virão, mas a cadeia como um todo virá e junto com ela, a mudança no perfil”, afirma Carvalho, explicando que mais produtividade e tecnologia serão requisitos, o que pode trazer dificuldades para aqueles que “não tiverem tempo e coragem para se qualificar”.
Ele reconhece que uma “curva de aprendizagem” existirá no começo da desestatização e se acentuará com o tempo. Porém, ele levanta questionamentos sobre trabalhadores em condições específicas, como idade e tempo de carreira. “Hoje, são estáveis e não terão desejo de se recolocar. São milhares com suas famílias, então como vamos fazer com eles no médio prazo?”






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