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20/12/2022 - 09h58

Contrato de concessão da Ferrovia Interna do Porto de Santos é assinado

Fonte: BE News
 
A FCA (Ferrovia Centro-Atlântica S.A., operada pela VLI), MRS Logística S.A. e Rumo S.A. assinaram o contrato para gestão, operação, manutenção e expansão da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips). O ato aconteceu em cerimônia realizada no Ministério da Infraestrutura, na última sexta-feira (16).
 
O evento, que contou com a presença de representantes das três ferrovias, da Santos Port Authority (SPA) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) marcou também a última cerimônia do ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, à frente da pasta. Em seu discurso, Marcelo Sampaio, ressaltou a importância da assinatura inédita no país. Também enalteceu todo o trabalho feito para que a concessão que contou com a ajuda de todo o setor, além da Antaq, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Tribunal de Contas da União (TCU).
 
“Herdamos alguns desafios na infraestrutura brasileira e o setor portuário integrado ao setor ferroviário, sem dúvida, era um deles. Não seria possível apenas com o serviço público, mas sim com a ajuda do setor privado. É um trabalho conjunto acompanhado de perto pela Antaq e pela ANTT para podermos construir uma solução disruptiva, inovadora e que fosse aprovada pelo TCU”,disse.
 
Momento histórico
 
Durante a cerimônia, todos os representantes da SPA e das três ferrovias ressaltaram que a assinatura da Fips marca um momento histórico para o cais santista. De acordo com o diretor-presidente da SPA, Fernando Biral, o contrato possibilitará que o Porto de Santos possa dobrar a sua capacidade de escoamento.
 
“É um contrato absolutamente transparente que permite a colaboração dos vários entes que se associarem, propiciando a realização de investimentos superiores a R$ 900 milhões que são essenciais para aumentar a capacidade de escoamento dentro do Porto. Sairemos de uma movimentação de 50 milhões de toneladas, podendo chegar a uma capacidade de 115 milhões de toneladas”, falou.
 
Quem também ressaltou o momento histórico da assinatura do contrato de concessão da FIPS foi o gerente de Relacionamento com Outras Ferrovias e Interfaces Externas da MRS, Claudenildo Chaves. O executivo comentou que a concessionária viveu dois momentos importantes nestes últimos anos. O primeiro foi a renovação da concessão da MRS e, agora, o contrato de assinatura da Fips.
 
“É um momento muito importante para o sistema ferroviário da Baixada Santista. Nós vemos dois momentos muito importantes. O primeiro foi a prorrogação antecipada do contrato da MRS, com um portifólio de mais de R$ 1 bilhão de obras em infraestrutura. Agora, estamos com mais de R$ 900 milhões previstos na Fips”, afirmou.
 
Outro que também reforçou o momento singular da assinatura do contrato foi o coordenador de Relações Institucionais da VLI, José Osvaldo Cruz. Também afirmou que a nova ferrovia interna será importante para a ampliação da cabotagem dentro do Porto de Santos.
 
“É um momento histórico que traz para o país uma disrupção na questão logística que vivemos. Quando pensamos na BR do Mar, essa nova operação seguramente contribuirá para a intensificação da cabotagem de Santos, já que temos uma ferrovia que abraça as duas margens e dará margem a esse crescimento”, comentou.
 
Já o vice-presidente de Regulatório, Institucional, Projetos e Expansão da Rumo, Guilherme Penin, salientou que a assinatura é um reflexo das constantes discussões entre todos os entes públicos e privados para solucionar a questão.
 
“No setor de infraestrutura o mais importante é desvendar os caminhos e processos mais complexos. Acreditar que o processo da Fips seria essencial para que investimentos para que o atendimento da ponta da praia acontecesse. Esse processo mostrou que quem faz a infraestrutura acontecer no Brasil são as pessoas. Mantermos um ambiente saudável de discussão, boas ideias vivas e trabalhar nelas incessantemente é que fará o país avançar”, disse.
 
Sobre a concessão
 
Aprovado pelo TCU em junho deste ano, o contrato da Fips é o primeiro de concessão ferroviária associava do país. O projeto estabelece uma gestão associada entre VLI, MRS e Rumo para administração da ferrovia.
 
A Fips demandará investimentos esmados em R$ 891 milhões a serem feitos nos primeiros cinco anos. Atualmente, a capacidade ferroviária anual no complexo portuário está limitada a 50 milhões de toneladas. A previsão é que o volume passe a ser de 115 milhões de toneladas num prazo de cinco a 10 anos.
 
O principal investimento previsto na Fips é a construção da “pera” ferroviária na região de Outeirinhos. Será o primeiro conglomerado de trilhos da margem direita do Porto, permitindo que os trens que transportam os grãos para os terminais de exportação retornem para capturar granéis sólidos de descarga no cluster de fertilizantes. Atualmente, os trens têm de fazer manobras que drenam eficiência e competitividade do sistema.
 
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