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06/04/2022 - 11h07
Dragagem de manutenção do porto de São Sebastião está paralisada desde janeiro
Fonte: Portal BE News
A dragagem de manutenção do Porto de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, está paralisada há três meses. Segundo a Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), a Autoridade Portuária, o trabalho começou em 4 de janeiro deste ano, mas, pouco mais de três semanas depois, no dia 27, precisou ser interrompido devido a um vazamento de água ocorrido na lateral do dique terrestre que recebe os sedimentos dragados.
Para que o serviço seja retomado, a CDSS já enviou o projeto de adequação e impermeabilização do dique ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e aguarda autorização, ainda sem prazo para ocorrer. Enquanto o Ibama analisa os documentos, são realizadas a limpeza e a manutenção do dique e testes na draga somente com água.
Com custo de R$ 3,1 milhões, a dragagem de manutenção é realizada nos berços de atracação e na bacia de evolução do porto. O serviço visa restabelecer as profundidades de 10 metros no berço externo e de 7 metros no berço interno do complexo marítimo, ambos assoreados. Isso permite que navios maiores ou mais carregados operem com maior segurança nas atracações e desatracações, ou durante a carga ou descarga. A empresa responsável pela execução do serviço é a DTA Engenharia Portuária & Ambiental.
Quando a remoção de sedimentos do leito marinho começou, a previsão era de que o trabalho fosse concluído no fim deste mês. No entanto, com a paralisação, ainda não há novo prazo para a finalização. O que se prevê é que, uma vez retomadas, as obras de dragagem terminem em 60 dias.
Não haverá restrições de navegação no canal e nem no deslocamento das balsas que fazem a travessia, quando os trabalhos recomeçarem.
IMPACTOS AMBIENTAIS
A atividade de dragagem gera impactos diretos sobre a vida marinha e efeitos secundários à atividade pesqueira e de turismo, muito comuns ao redor do Porto de São Sebastião, por estar localizado em frente à Ilhabela, ponto turístico no litoral norte do Estado de São Paulo.
Neste sentido, a CDSS mantém um programa de mitigação e monitoramento das obras de dragagem. A Docas afirma que os efeitos da atividade são temporários e pontuais, previstos somente durante o período de dragagem.
Entre eles, estão o aumento temporário da turbidez na água (alteração da transparência) e o afugentamento de peixes durante a operação das dragas. Em relação ao monitoramento da atividade, previsto na autorização do Ibama para obras portuárias deste tipo, estão inclusos: monitoramento da qualidade das águas e dos sedimentos, avaliação da dispersão de pluma de sedimentos, acompanhamento das dragas por GPS e um monitoramento específico de tartarugas. Também são realizados programas de caráter socioambiental e de comunicação social sobre o tema.
TIPOS DE EQUIPAMENTOS
De acordo com as características do Porto de São Sebastião, foram escolhidas duas dragas: uma Hopper de pequeno porte, sem abertura de comporta, para sucção e recalque, e outra de sucção e recalque acoplado.
Entre os motivos que levaram a escolha destes equipamentos, estão a extrema precisão geométrica de corte e o baixo impacto ambiental relacionado à geração de material dragado, uma vez que não há lançamento de sedimentos no canal marítimo de São Sebastião e não haverá procedimentos de overflow e overboarding (despejos de água da cisterna da draga).






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