Fonte: Painel Florestal

 

A capacidade da segunda linha elevará a produção para 4 milhões de toneladas por ano, tornando-se necessário outros dois terminais portuários em Santos para escoar a celulose

 

Após a inauguração do porto em Santos para a exportação de celulose, a Eldorado pode iniciar novas tratativas para conquistar um segundo terminal. O governo federal deve licitar a operação de dois terminais no local, que serão dedicados à movimentação de celulose, dentro da primeira etapa do programa de arrendamentos de áreas portuárias públicas, devido à crescente demanda da commodity no Brasil.

 

Os dois terminais um em Macuco e outro em Paquetá terão capacidade para 1,8 milhões de toneladas, com previsão de investimentos de R$ 143 milhões e R$ 199, 5 milhões, respectivamente. Os Editais podem ser lançados este ano.

 

Sobre o assunto, o presidente da Eldorado Brasil, José Carlos Grubisich, afirmou que a empresa tem acompanhado essa questão e que faz o trabalho de casa para que no momento de lançamento da licitação a empresa possa participar. Durante a inauguração do terminal no porto de Santos, Grubisich destacou que o complexo portuário representou a conclusão da estratégia da primeira fábrica, porque fecha o ciclo logístico. Entretanto, este terminal não comportará a nova fabrica com capacidade de produção de 2,3 milhões de toneladas por ano.

 

A informação também foi compartilhada pelo gerente de logística da empresa, Flávio Costa. Ele explicou que, atualmente, são escoados via porto 130 mil toneladas por mês. Desta forma, o terminal tem capacidade para a atual produção de 1,7 milhões de toneladas por ano. “Ter um porto próprio é importante pela rapidez e agilidade no embarque e, dessa forma, reduzirmos custos”, disse Costa.

 

De acordo com informações da Eldorado Brasil, a capacidade da segunda linha elevará a produção para 4 milhões de toneladas por ano. Assim vai se tornar necessário outros dois terminais portuários em Santos para escoar produção. “A Eldorado está atenta a oportunidades de logísticas que favoreçam o transporte para exportação de celulose, o que inclui também a exploração de um segundo terminal no futuro”, explicou a empresa em nota.

 

O porto recém-inaugurado está localizado na área do antigo Armazém XIII (13 externo), na região do Paquetá, a cerca de 500 metros do berço de atracação que utiliza. Com um armazém de 9,5 mil metros quadrados, sua equipe será composta por 50 funcionários com função exclusiva dos processos de movimentação e embarque de celulose.

 

Recentemente, a base portuária passou por uma auditoria para obtenção do alfandegamento (autorização da Alfândega para operar cargas de comércio exterior). O terminal embarcará a celulose produzida na nova fábrica em Três Lagoas (MS), que segue via rodovia até Aparecida do Taboado (MS) e depois chegando ao complexo portuário por trem.

 

A empresa exporta 90% da sua celulose ao comércio externo: 47% para a Ásia; 32% para a Europa; 9% para os Estados Unidos e 2% para a América Latina. Criada há dois anos, a Eldorado Brasil Celulose é uma companhia do Grupo J&F e uma das principais produtoras mundiais de celulose branqueada de eucalipto. Conforme resultados já divulgados, a empresa concluiu o primeiro trimestre do ano com R$ 764 milhões de receita bruta, 53% a mais do que no mesmo período no ano passado. Nos últimos 12 meses, a receita bruta chegou a R$ 2,9 bilhões.