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05/02/2016 - 09h01
Embraport destaca serviços logísticos e ferroviário
Fonte: A Tribuna On-line
Atividades agregadas são estratégicas na ação comercial do terminal
A diversificação no portfólio de serviços é a estratégia escolhida pela Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) para vencer os desafios do atual cenário econômico nacional. A busca por uma melhor produtividade é outra medida adotada pela empresa, que opera sua instalação privada na Margem Esquerda (Área Continental) do Porto de Santos. A unidade fechou o último ano com uma alta de 18% na movimentação de cargas, em relação ao período anterior.
Os números de 2015, aliás,são comemorados pelo terminal. Um total de 460 navios atracaram na instalação, 33% a mais que em 2014. O fato colaborou para que os contêineres embarcados ou desembarcados, operados em serviços de cabotagem ou longo curso, somassem 630 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), 94 mil a mais do que o registrado um ano antes.
Para o CEO da Embraport, Ernst Schulze, a consolidação de serviços logísticos agregados à operação portuária é a principal responsável pelos resultados do terminal durante a atual retração econômica. Ele destaca as atividades de armazenagem, crossdocking (estufagem em contêineres e desova para caminhões) e LCL (entrega das cargas) como atividades oferecidas a seus clientes e que têm ajudado a empresa a manter sua fatia de mercado.
No ano passado, segundo dados até novembro, a operadora respondeu por 16% dos contêineres operados em Santos, ficando em terceiro lugar (atrás de Santos Brasil e BTP). Em 2014, foram 14%.
Para este ano, a Embraport também aposta nas operações ferroviárias, alavancadas por seu novo ramal férreo. Em 2015, uma média de 2 mil TEU chegou em vagões, por mês, à instalação. “Foram atendidos aproximadamente 140 trens, com uma média de tempo de operação de duas horas, umas das melhores do Porto de Santos para este tipo de atividade”, destaca o executivo.
Apesar de sua estratégia comercial, devido às dificuldades econômicas do País, Schulze não projeta crescimento para a Embraport em 2016. O CEO acredita que os índices permanecerão constantes. Parra ele, a situação somente vai se reverter após a estabilização da economia no final do semestre, quando deverá ocorrer a melhora no comércio internacional, aliada à valorização do Real no mercado.
Mais investimentos
Mas Ernst Schulze destaca que não é possível projetar, a médio e longo prazos, uma situação favorável a Santos, caso não ocorram investimentos públicos para a expansão e a adequação do cais santista ao panorama futuro do mercado internacional. Entre as prioridades, estão a solução dos problemas de acesso ao complexo.
O executivo defende as obras de dragagem do canal do estuário, que vão permitir a ampliação da profundidade e da largura da via de navegação, e investimentos na infraestrutura ferroviária do Porto – a Embraport planeja ampliar de 2% para 10% a participação do modal em suas operações. Ele também destaca a importância de se melhorar as rodovias, eliminando congestionamentos que prejudicam tanto as operações do complexo como o tráfego dos moradores da região.
“Também é importante que haja mais discussões por parte das empresas e das autoridades para efetivar melhorias estruturais no Porto, avaliando medidas de prevenção, a fim de evitar episódios como os recentes casos de incêndio”, defende Schulze, referindo-se aos sinistros ocorridos nos tanques da Ultracargo, na Alemoa, no ano passado, e no pátio da Localfrio, em Guarujá, no último dia 14.