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01/12/2022 - 10h09

Energia renovável e eletrificação são caminhos para cruzeiros

Fonte: A Tribuna
 
Os cruzeiros marítimos gerarão impacto de R$ 3,8 bilhões no País na temporada 2022/2023, calcula a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia). Em meio a isso, o setor vislumbra um novo momento, sobretudo devido às fontes renováveis de energia e à eletrificação dos berços de atração – um caminho longo, mas necessário.
 
O tema deu o tom do painel A Nova Era dos Cruzeiros, realizado no início da tarde de ontem. Em sua explanação, o presidente executivo para a América do Sul e Central da Costa Cruzeiros ,Dario Rustico, trouxe números que mostram o tamanho do desafio. Atualmente, apenas 29 portos do mundo têm, ao menos, um berço equipado com eletricidade, o equivalente a menos de 2% do total de portos do mundo – nenhum deles na América Latina.
 
“A indústria de cruzeiros necessita de um apoio claro de governos e formuladores de políticas; assegurar infraestrutura a ser desenvolvida em terra, encorajar o desenvolvimento de combustíveis marítimos sustentáveis em larga escala e fomentar colaborações e parceiras com outros participantes desta cadeia de valor”, afirma.
 
Presidente da Santos Port Authority (SPA), Fernando Biral apresentou o projeto do novo terminal de passageiros a ser construído no Valongo e disse que já deve nascer com eletrificação disponível.
 
“Também devemos oferecer estrutura para que haja o abastecimento dos navios que estão sendo construídos e que usem outros combustíveis, como o LNG (sigla, em inglês, para gás natural liquefeito).”
 
O secretario da Comissão Interamericana de Portos (CIP/OEA), Jorge Durán, defende que a questão do lixo gerado nos cruzeiros também deve ser observada. “Ele deve ter tratado de forma sustentável. Afinal, o cruzeiro chega a um porto, e esse porto está em uma cidade”, aponta.
 
Para ele, o aumento dos custos com a mudança de combustíveis não deve ser repassado aos consumidores finais – embora seja uma prática comum. Contudo, ele crê que o gasto extra pode, de certa forma, servir de incentivo a quem aposta na sustentabilidade em diferentes níveis.
 
“Eu não me importaria de gastar uns dólares a mais se, por estar em um cruzeiro que não contamine, chegasse a uma cidade com um porto sustentável. Então, vai ser sempre necessária a colaboração com a cidade-destino, com as armadoras e todos os atores desse sistema”, frisa.
 
Ele ainda lembra os ganhos que uma cidade como Santos tem ao apostar em polos geradores de turismo, como os cruzeiros. “O projeto de Santos é fenomenal. Isso leva a uma imagem melhor não só da Cidade, mas do País, mesmo porque Santos já é um porto de referência”, destaca.
 
INOVAÇÃO
 
Outro painel abordou soluções inovadoras para a atividade portuária. Mediada pelo empresário e apresentador do programa Porto 360°. Maxwell Rodrigues, destacou-se no debate a aposta em portos offshore, mais afastados da costa.
 
Para o gerente regional do Jan de Nul Group, Marco Roks, um importante elemento para o desenvolvimento de tecnologia e inovação é a segurança jurídica.
 
“Se a legislação não é confiável e muda toda vez, você não vai investir centenas de milhões se há chance de alterações no meio de um processo. É algo que vale para diversos regramentos. Os valores são grandes, e é preciso oferecer condições para uma competição internacional. Porque é ela quem invoca a inovação tecnológica, em busca de redução de custos”, avalia.
 
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