Fonte: G1 / Santos

 

 

Um grupo de cerca de 80 estivadores e portuários fez um novo protesto na tarde desta quinta-feira (4) em Santos, no litoral de São Paulo. Os trabalhadores realizaram um ato nas proximidades do prédio da Presidência da Companhia Docas do Estado de São Paulo, no bairro Macuco, e depois foram até a prefeitura, no Centro da cidade.

 

Os manifestantes utilizaram um carro de som e soltaram rojões na Praça Mauá, mas não houve registro de confronto com a Polícia Militar, que acompanhou toda a ação, juntamente com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O protesto causou congestionamento na Avenida Perimetral, na Rua João Pessoa e também interferiu no tráfego da Via Anchieta, até a altura do viaduto do bairro Alemoa.

 

No final da tarde, o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão, Rodnei Oliveira da Silva, e o presidente do Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários (Sintraport), Miro Machado, se reuniram com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). Ao final do encontro, o prefeito foi até a frente do Paço Municipal e se dirigiu aos manifestantes. Ele se comprometeu a intermediar a negociação entre a categoria e a empresa. "O que nós estamos recebendo aqui hoje é uma proposta que mostra a disposição do sindicato de negociar", enfatizou.

 

O protesto foi definido pelo Sindicato dos Estivadores após uma reunião durante a manhã, que durou cerca de três horas, com representantes da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport). Não houve acordo durante a discussão sobre a mão de obra utilizada no novo terminal da Margem Esquerda do Porto, em Guarujá. O encontro aconteceu no Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), que apenas cedeu o espaço para que a reunião fosse realizada.

 

Rodnei Oliveira disse que a intenção da reunião era apresentar uma nova proposta para a empresa. "Se não vão querer pegar trabalhadores do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), os trabalhadores registrados, a lei prevê que se faça isso direto com o sindicato. Nós temos acordos semelhantes no Porto de Santos, com outras empresas", explica ele.

 

Por meio de nota, a Embraport informou que fez acordos de trabalho com base na CLT com o Sindaport, com o Sindicato da Capatazia e com o Sindicato dos Conferentes. A empresa já contratou 538 trabalhadores e tem anunciado que existem vagas para estivadores, com preferência aos trabalhadores cadastrados no Ogmo, para contratação também pela CLT. Até o momento, 13 estivadores assinaram contrato nestas condições e outros 20 estão sendo selecionados. A Embraport enfatiza que fazendo isso, cumpre o que determina a nova Lei dos Portos. A empresa esclarece ainda que continua aberta ao diálogo e determinada a assegurar aos portuários todas as garantias trabalhistas da CLT.