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20/12/2022 - 10h17

Ex-governador de SP, Márcio França é cotado para assumir pasta dos Portos no governo Lula

Fonte: A Tribuna On-line
 
Ministério da Infraestrutura deve ser dividido em duas pastas: uma delas cuidaria de portos e aeroportos
 
A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve dividir o atual Ministério da Infraestrutura em duas pastas: uma cuidaria de portos e aeroportos e a outra, de rodovias e ferrovias.
 
Para assumir a primeira, um nome cotado é o do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB). A Tribuna apurou, no entanto, que ainda não foi feito convite formal para que França comande algum ministério.
 
O ex-governador, que também já foi prefeito de São Vicente e tentou sem sucesso uma cadeira no Senado nas últimas eleições, é o nome indicado pelo partido para integrar o primeiro escalão. Cidades, Ciência e Tecnologia, Comércio e Indústria e, agora Portos e Aeroportos, são setores dentre os quais França tem gravitado.
 
Procurado pela Reportagem, o ex-governador não comentou sobre o tema até o fechamento desta edição.
 
Nos bastidores, a percepção é de que Lula estaria esperando a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição para, depois, focar esforços na montagem do governo.
 
“Por conhecer o Porto de Santos, a região e o Estado, e por ter sido prefeito e governador, tem todos os elementos para dar ao complexo santista a atenção que ele necessita e merece”, afirma o engenheiro, consultor portuário e colunista de A Tribuna Frederico Bussinger.
 
“É um nome de peso e relevância que, sem dúvida, agregaria ao setor”, emenda Jesualdo Silva, diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP).
 
Preocupação
 
A animação dos especialistas consultados pela Reportagem, porém, não é exatamente a mesma a respeito da divisão propriamente dita do ministério.
 
“A tendência mundial para a maior eficiência da logística é a da intermodalidade, recomendando a integração entre os vários modais de transporte e a infraestrutura portuária. Neste sentido, a divisão do Ministério da Infraestrutura não parece adequada”, analisa Gesner Oliveira, economista, professor e também colunista de A Tribuna.
 
Por sua vez, Bussinger lembra que a infraestrutura logística brasileira já passou por vários arranjos estruturais nas últimas décadas: modos separados, todos juntos (como agora), e agregações modais parciais. E que mudanças reais dependem mais da política do que da estrutura, além de ser decisiva para a estratégia que será adotada, tanto para a logística como um todo quanto para cada modal.
 
“Em princípio, cada modo tende a merecer maior atenção; mas, em contrapartida, o esforço de articulação intermodal tende a ser maior e, claro, muito dependerá do alinhamento dos dois ministros”, explica.
 
“Se, por exemplo, houver uma diretriz diretriz de descentralização do processo decisório, ser atribuído papel central ao CAP (Conselho de Autoridade Portuária) nas decisões estratégicas, e dada maior autonomia das administrações portuárias, certamente o cenário será bastante distinto”, emenda o especialista.
 
Por sua vez, o presidente da ABTP clama justamente por uma visão total do processo, sem julgamentos a respeito da cisão. “Quando a gente olha sob o ponto de vista da carga, esses modais são complementares, de acordo com a distância e a logística”, afirma.
 
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