Fonte: Valor Econômico

 

O Brasil teve a segunda maior queda nas exportações de mercadorias entre os países do G20 no terceiro trimestre comparado ao trimestre anterior, segundo levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

 

As exportações de bens das maiores economias do mundo cresceram 0,9%, e as importações, 0,4%, no terceiro trimestre, medidas em dólar americano. No caso do Brasil, as exportações sofreram contração de 7,1%, mas vinham de recorde de alta de 29,8% no trimestre anterior. Somente a África do Sul teve queda maior nas exportações entre julho e setembro no G20. O recuo das vendas do país foi de 15,3%.

 

No caso das importações, caíram 1,5% no Brasil e 2,7% na África do Sul. E seu principal cliente, a China, também importou 6,2% menos no terceiro trimestre.

 

O Brasil exportou US$ 4,4 bilhões a menos no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre. Mas as vendas foram US$ 20,8 bilhões mais elevadas na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, no auge da pandemia de covid-19.

 

O comércio internacional continuou a se expandir no G20 no terceiro trimestre de 2021, com a retomada dos serviços, mas o crescimento do comércio de mercadorias diminuiu.

 

Conforme a OCDE, no terceiro trimestre o comércio internacional de mercadorias no G20 estabilizou em nível recorde, após quatro trimestres de crescimento sustentado. Houve uma acentuada desaceleração em relação ao primeiro semestre do ano, quando o aumento dos preços impulsionou o valor das mercadorias comercializadas.

 

A demanda sustentada por eletrônicos e os altos preços de energia continuaram a desempenhar um papel no terceiro trimestre, enquanto as cadeias de fornecimento de semicondutores sobrecarregadas pesaram sobre o comércio de veículos e peças.

 

Assim, a eletrônica (circuitos integrados, telefones celulares, displays e computadores) continuou a impulsionar o comércio de mercadorias na Ásia Oriental no terceiro trimestre. As exportações e importações coreanas aumentaram em 5,6% e 4,6%, respectivamente, com as exportações de carros elétricos e híbridos em um nível recorde, apesar da tendência geral fraca para veículos e peças.

 

As exportações também se expandiram na China (acima de 1,6%), enquanto as importações diminuíram 6,2% após o crescimento de dois dígitos no primeiro semestre do ano. As importações japonesas aumentaram em 3,9%, lideradas principalmente por produtos energéticos e farmacêuticos, enquanto as exportações diminuíram em 0,3% devido a menores embarques de veículos.

 

Minerais e minérios metálicos impulsionaram o crescimento das exportações de mercadorias da Austrália (3,6%), apesar da queda dos preços em setembro. Já as importações caíram 5,5%, com lockdowns no leste da Austrália deprimindo a demanda por combustível e produtos energéticos. A Índia e a Indonésia registraram um sólido crescimento das exportações (7,0% e 6,5%, respectivamente).

 

Na Europa, o comércio de mercadorias caiu no terceiro trimestre em comparação com o trimestre anterior. As exportações contraíram 0,5% na União Europeia, com a queda nos embarques de máquinas e veículos afetando em particular a Alemanha (menos 1,9%) e a Itália (menos 1,5%). Já as exportações francesas registraram um ligeiro aumento (1,0%). Com exceção da Alemanha (menos 2,2%), as importações de mercadorias aumentaram moderadamente em toda a região (mais 0,4% para a UE como um todo, 2,0% para a Itália e 1,7% para a França).

 

Nos EUA, as exportações e importações de mercadorias aumentaram em 1,0% e 1,5%. As exportações canadenses cresceram em 1,7% apesar dos preços mais baixos da madeira pesando sobre as exportações de produtos florestais. As exportações mexicanas permaneceram estáveis (menos 0,2%), enquanto as importações se expandiram em 4,4%.

 

Os cereais impulsionaram o aumento das exportações de mercadorias da Argentina (13,7%), enquanto as exportações e importações brasileiras contraíram 7,1% e 1,5%, respectivamente, no terceiro trimestre de 2021, após o crescimento de dois dígitos no segundo trimestre.

 

O crescimento das exportações e importações de serviços para o G20 é estimado em cerca de 5,1% e 5,8% no terceiro trimestre de 2021, respectivamente, em comparação com o trimestre anterior e medido em dólares americanos ajustados sazonalmente.