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09/12/2021 - 10h37
Falta de contêineres afeta operações no Porto de Santos
Fonte: A Tribuna On-line
Segundo presidente da Maersk, cais santista sofre com congestionamentos de cargas à espera de cofres
A crise provocada pela falta de oferta de contêineres em todo o mundo afetou a logística em vários portos, inclusive o de Santos, que sofre com congestionamentos de cargas à espera de caixas metálicas. A informação é do presidente da Maersk para a Costa Leste da América Latina, Julian Thomas, que aponta a continuidade do problema no ano que vem. Mesmo assim, as previsões de embarques e desembarques são otimistas no País.
“Apesar de todos os problemas, o mercado de comércio exterior do Brasil tem tido um crescimento pujante. O crescimento da exportação não parou, foi um pouco abaixo de 5% no ano passado e, neste ano, continua com um crescimento de 3,2%. A importação que, no ano passado, caiu em 5%, neste ano já demonstrou crescimento de 25%, passando com folga o que foi transportado em 2019”, explicou o presidente da Maersk.
Segundo o executivo, há cerca de 350 porta-contêineres em todo o mundo atracados fora de seus portos designados e sem espaço para atracar. Com 90% do comércio internacional realizado por via marítima, esta questão não está apenas impactando a importação e exportação, mas também criando gargalos logísticos em todo o mundo.
“Navios ficam presos, e ficando presos, os contêineres ficam presos, descarregam tudo de uma vez nos portos. Os portos ficam congestionados, falta caminhão para tirar e você tem um círculo vicioso que vai se alimentando e retroalimentando e não é de solução rápida”, destacou o executivo.
Thomas aponta que o problema começou logo após o início da pandemia de covid-19, que forçou o fechamento de diversos portos mundo afora. Depois, com a retomada da demanda, causada pelas vendas de e-commerce e pela injeção de dinheiro nos países, os volumes foram se acumulando.
“Se, no passado, um contêiner do Brasil para a Ásia fazia quatro viagens em um ano, de ida e volta, agora os mesmos contêineres estão fazendo de duas a duas viagens e meia. Em teoria, precisaria do dobro do número de contêineres para carregar a mesma carga”, afirmou Thomas.
Como consequência, o presidente da Maersk aponta impactos no maior complexo portuário do País. “A capacidade dos terminais tem sido testada com congestionamento no Porto (de Santos) e problemas de fluxo de caminhões durante parte da pandemia. Os problemas têm sido menores do que em outras partes do mundo, mas têm existido sim. E tem faltado pontualmente quantidade de contêiner. Existe o problema de falta de capacidade para atender a toda a demanda, principalmente oriundo da falta de confiabilidade, assertividade, dos itinerários dos navios”.
Solução
Não há uma previsão de quando os problemas logísticos enfrentados em todo o mundo serão resolvidos. A expectativa é de que novas embarcações entrem em navegação apenas em 2023, já que o tempo entre e a encomenda e a entrega de navios é longo.
“Tem se acelerado o reposicionamento de (contêineres) vazios, investido em contêineres novos, mas isso leva algum tempo para entrarem na cadeia. Navios e contêineres mais antigos têm se mantido e não sucateados como seriam normalmente mas os desafios continuam”, apontou Thomas.
Frete
O presidente da Maersk explica que o cenário atual de oferta e demanda fez com que as taxas de frete aumentassem. Porém, esta não é uma situação de longo prazo nem um cenário bem-vindo para as companhias de navegação.






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