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28/06/2017 - 07h37

Fibria anuncia mais um reajuste para Europa e EUA

Fonte: Valor Econômico

 
Maior produtora mundial de celulose de eucalipto, a Fibria anunciou ontem nova rodada de aumento de preços para a matéria-prima, válida a partir de sábado. Desta vez, o reajuste será de US$ 20 por tonelada na América do Norte e na Europa - a China não foi incluída. Procurada, a Suzano Papel e Celulose informou que está avaliando o assunto.
 
Os produtores de fibra curta têm aplicado aumentos mensais desde outubro do ano passado e novas altas não estavam descartadas, uma vez que a demanda segue fortalecida e há recuperação dos preços do papel, o que dá sustentação às cotações da matéria-prima. Com o anúncio, o preço de referência da tonelada da fibra curta subirá a US$ 1.060 na América do Norte. Na Europa, chegará a US$ 880 por tonelada. Na Ásia, o valor praticado pela Fibria permanece inalterado, em US$ 690 por tonelada.
 
A percepção na indústria é que o nível dos estoques e novas paradas para manutenção poderão compensar o efeito negativo da sazonalidade, durante as férias no Hemisfério Norte. No quarto trimestre, porém, com a entrada em operação da nova linha da Fibria em Três Lagoas (MS), a expectativa é de pressão nas cotações.
 
No dia 16, a espanhola Ence já havia anunciado aumento de US$ 50 por tonelada para os preços do terceiro trimestre na Europa, com implementação a partir de julho, segundo informação da consultoria RISI. O reajuste terá aplicação progressiva: US$ 15 em julho, US$ 15 em agosto e US$ 20 em setembro, levando a US$ 900 por tonelada o preço final de referência da celulose de eucalipto vendida.
 
Conforme a nota, as perspectivas para o mercado de celulose de fibra curta seguem positivas, com demanda forte em todos os mercados, estoques em tendência de baixa e oferta limitada em relação à procura. Especificamente na Europa, os preços da matéria-prima no mercado à vista seguem incorporando os reajustes anunciados. Segundo o índice preços Foex, a tonelada da fibra curta subiu US$ 5,84, ou 0,71%, no começo da semana passada, para US$ 826,38, se aproximando do preço lista anunciado pelos produtores para junho, de US$ 860 a tonelada.
 
Na China, apesar dos dados fortes de demanda, o preço da fibra curta caiu pela segunda semana consecutiva, para US$ 633,95 a tonelada - o equivalente a baixa de 0,16% ou US$ 1,01 por tonelada. De acordo com a Foex, o mercado chinês mostra alguma "hesitação", embora os preços do papel permaneçam em elevação.
 
As estatísticas de demanda e estoques jogam a favor dos produtores. Nos dois principais portos chineses para a celulose, Changshu e Gingdao, a estimativa é a de que havia 300 mil toneladas e 190 mil toneladas, respectivamente, estocadas em maio. Esses volumes se comparam a 400 mil e 160 mil toneladas em dezembro. Do lado da demanda, segundo dados oficiais, as importações de celulose de fibra curta subiram 40,8% nos quatro primeiros meses do ano, para 3,59 milhões de toneladas.
 
Outro fator que pode funcionar ao menos como suporte às cotações de referência na Europa é o fato de os preços líquidos na China ainda exibirem prêmio em relação aos valores efetivamente praticados no mercado europeu. Isso se deve à aplicação de descontos mais acentuados na Europa, o que também contribuiu para a recuperação mais acelerada dos preços neste ano - na China, a retomada teve início efetivo em outubro.
 
Paradas programadas para manutenção em ao menos três fábricas brasileiras também podem dar fôlego às cotações. A primeira parada ocorrerá na Eldorado Brasil, em julho, e deve durar dez dias. Já a Suzano vai reduzir em 100 mil toneladas a oferta da matéria-prima no trimestre, diante de uma parada mais longa do que o habitual em Imperatriz (MA).
 
Com duas paradas programadas, a CMPC Celulose Riograndense vai interromper a produção na linha 2, cuja capacidade de produção é de 1,3 milhão de toneladas por ano, entre 13 de julho e 30 de julho. A segunda parada, na linha 1, de 450 mil toneladas anuais, transcorrerá entre 23 de setembro e 2 de outubro. A redução de oferta nesse período pode funcionar como importante contraponto à operação da nova linha da Fibria.
 
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