Fonte: A Tribuna On-line

 

Prioridade do Estado, segundo Alckmin, é entregar toda obra do VLT

 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) engavetou por mais algum tempo o projeto do túnel entre Santos e Guarujá, que, até o momento, já custou R$ 33 milhões. Segundo ele, essa é uma obra cara e o foco agora está voltado à conclusão das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cuja entrega do primeiro trecho, de dois, foi realizada nesta terça-feira (31). 

 

“Não adianta nós começarmos tudo (obra do túnel) e não terminarmos. Vamos terminar o VLT e, na hora que tivermos financiamento, vamos iniciar”, disse o governador em entrevista coletiva.

 

Questionado sobre as reclamações da população sobre as condições das balsas e lanchas, que fazem a ligação entre os dois municípios, Alckmin apenas informou o número de embarcações disponíveis e justificou os atrasos. 

 

O governador chegou a dizer que na tarde desta terça, o sistema de balsas operaria com oito embarcações. No entanto, não foi o que aconteceu. No horário considerado de pico, entre 17 e 19 horas, apenas sete balsas estavam disponíveis. 

 

Ele ainda fez outra promessa: “Até março teremos nove balsas. Tivemos problemas pela manhã porque uma quebrou e também pelo grande acesso de navios ao porto”.

 

Com relação às barcas e lanchas, o governador informou que a travessia conta com três embarcações antigas e três novas e “modernas”.  “Hoje estão operando três lanchas, quarta-feira (1) serão quatro e na sexta-feira (3) terá a quinta. A sexta lancha está em uma revisão maior e deve ficar pronta até março”.

 

Serviço está saturado

 

Na tarde de segunda-feira (30), o diretor-presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, esteve em A Tribuna e afirmou que o serviço de travessias está saturado.

 

“Dentro da realidade, de 23 mil veículos por dia e um único ponto de atracação de cada lado do canal, acho difícil ter um atendimento melhor do que esse”, disse, garantindo que essa travessia gera um prejuízo de R$ 9,7 milhões ao ano, embora a tarifa cobrada seja de R$ 11,50 por carro.

 

Para o diretor-presidente, a construção de novos atracadouros se faz necessária para aliviar o sistema, hoje tão criticado pelas longas filas e demora excessiva em várias ocasiões. Lourenço explica, porém, que a autorização para a instalação não cabe ao Governo do Estado, mas à Codesp.

 

“Se a solução (para ligar Santos ao Guarujá) é a travessia de balsas, deveria haver outros pontos (atracadouros) ao longo do canal onde se permitisse distribuir o fluxo e ter uma eficiência maior. Infelizmente, o restante do canal é tomado pelo Porto, o que dificulta a implantação de outros serviços”, explica ele.

 

Notificação

 

Na semana passada, o Procon de Guarujá notificou mais uma vez a Dersa pela espera na fila da balsa estar superior ao informado pela empresa. A iniciativa pode render multa de até R$ 7 milhões. O representante da Dersa, no entanto, minimiza a fiscalização e diz que nem mesmo a multa dada em 2015 pelo mesmo órgão, de R$ 600 mil, foi paga.

 

“Fomos notificados e estamos analisando o auto de infração. Vamos responder e entendemos que da mesma forma como aconteceu em situações anteriores, nossas justificativas serão acatadas e o órgão entenderá que existem boas razões para os problemas que enfrentamos”.

 

Ligação seca

 

Para Lourenço, o fluxo de veículos é muito superior ao que seria razoável para uma travessia aquaviária, o que explicaria a demora excessiva em muitos dias. O representante da Dersa acredita, porém, que o problema só será resolvido mesmo com uma ligação seca entre as duas cidades, mas lembra que o projeto do túnel está suspenso, até não se sabe quando, por falta de dinheiro.