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03/11/2021 - 09h21
Greve dos caminhoneiros: feriado reduz número de manifestantes no Porto de Santos
Fonte: A Tribuna On-line
Categoria está concentrada na região da Alemoa, na Margem Direita do cais santista
O feriado de Finados fez a concentração de caminhoneiros autônomos na região da Alemoa ser menor na manhã desta terça-feira (2), no segundo dia de greve nacional da categoria. Os efetivos da Polícia Militar e da Guarda Portuária também estão reduzidos no local, que é o principal acesso à Margem Direita do cais santista.
Vale lembrar que está em vigor uma decisão da Justiça Federal de Santos, a pedido da Autoridade Portuária de Santos (APS), proibindo bloqueios dos acessos portuários. Do contrário, caminhoneiros estarão sujeitos a multa diária de R$ 10 mil. Para empresas que promoverem esta prática, a penalidade pode chegar a R$ 100 mil.
Uma outra decisão, da 1ª Vara Cível de Santos, também proíbe bloqueios decorrentes da greve. Foi um pedido da Ecovias, válido para as rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) e suas vias de acesso.
As medidas impedem, inclusive, a categoria de se manifestar. Alguns motoristas aplaudiram um caminhão que passava e, na sequência, foram repreendidos pelos policiais.
Em uma rápida reunião, o diretor do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Romero Costa, orientou os profissionais a evitarem situações que pudessem soar como provocação para os militares.
"A gente está orientando o pessoal para que não grite e não brigue com caminhoneiro de transportadora que está trabalhando. Queremos uma paralisação pacífica. A gente só quer que alguém de Brasília atenda as nossas reivindicações".
Queixas
O sindicato ainda tenta medidas judiciais que possam derrubar as liminares. Enquanto isso, a categoria segue em um cercadinho, no acostamento da via e delimitado desde segunda-feira (1º) pela PM. "A gente não pode nem levantar a mão. Se fizer, terá que pagar R$ 10 mil. Não ganho para isso", diz o caminhoneiro José Santana, de 65 anos.
Ele avisa que a categoria vai permanecer de braços cruzados. "Não vamos sair daqui. A adesão vai aumentar a partir de amanhã (quarta-feira). Na sexta-feira (5), já tem um aumento do diesel. Isso afeta todo mundo, porque sobe preço de tudo. Ninguém aguenta. Não é só a gente".
Reivindicações
O objetivo dos caminhoneiros é chamar a atenção do Governo Federal, que já recebeu uma série de reivindicações dos profissionais. Entre elas, cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, aposentadoria especial a partir de 25 anos de carreira e o fim da política de preço de paridade de importação da Petrobras para combustíveis.
"A gente trabalha e ganha em real, mas paga combustível em dólar. Não vivo nos Estados Unidos", queixa-se o caminhoneiro Cláudio Massud, de 51 anos e que tem mais de duas décadas de estrada.
Segundo Cláudio, o ganho está tão defasado que não é possível sequer consertar o veículo que possui. "Tenho dois caminhões e um deles, o mais novo, eu bati no ano passado. Não consigo levá-lo para o conserto e ele está jogado no quintal de casa. Paguei R$ 110 mil, financiado, mas agora trabalho com o mais velho. Essa é a situação do caminhoneiro".
Movimentação
De acordo com a APS, o acesso ao Porto de Santos flui normalmente na manhã desta terça-feira. Não há retenção ao tráfego nem concentração de caminhões parados. Cerca de 80% dos navios atracados (43) operavam sem qualquer restrição por volta das 10 horas.






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