Fonte: G1 Santos

 

Acidente aconteceu no dia 11 de agosto e, até agora, apenas 25 contêineres foram localizados


 

A armadora Log-in terá que apresentar um plano para resgatar os contêineres que caíram do navio Log-In Pantanal quando a embarcação aguardava para entrar no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O acidente aconteceu no dia 11 de agosto e, até agora, apenas 25 contêineres foram localizados, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os trabalhos de limpeza continuam na região e ainda não há previsão de término.

 

Um contêiner foi esmagado a bordo durante o acidente. Todos os demais foram lançados ao mar, e alguns abriram com o impacto na água. As caixas metálicas e as mercadorias que estavam sendo transportadas foram encontradas em vários pontos do litoral paulista.

 

Inicialmente, o Ibama determinou um prazo de uma semana para que a empresa retirasse os resíduos ocasionados pelo acidente na região costeira de São Paulo. Porém, o prazo foi prorrogado para um mês e ainda pode ser estendido, conforme o andamento dos trabalhos de limpeza.

 

Já foi concluída a limpeza das praias do Góes, Paranapuã, Ilha Comprida, Iguape, Praia do Forte, Saco do Major e São Sebastião. Cerca de 55 km quadrados submarinos foram escaneados para localização dos contêineres submersos. A Log-In e empresas contratadas continuam com os trabalhos de mergulho dando continuidade ao processo de remoção de contêineres. Até a última quinta-feira (31), 34 metros cúbicos de material tinham sido recolhidos.

 

Na semana passada, alguns produtos apareceram no Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, em São Sebastião, que abriga diversas espécies raras de animais. A Log-In solicitou uma autorização ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para realizar a retirada de resíduos. A empresa diz que, entre os contêineres que caíram no mar, não há nenhuma carga declarada como perigosa de acordo com os critérios da IMO (Organização Marítima Internacional), isto é, que possa ameaçar o meio ambiente ou a saúde pública.

 

"A limpeza vai durar meses, enquanto houver produtos na área costeira e rochosa. A empresa se comprometeu a estar fazendo a limpeza, está envolvendo as comunidades, os moradores estão sendo contratados para ajudar", diz a agente ambiental do Ibama Ana Angélica Alabarce.

 

Até a manhã da última sexta-feira (1º), quatro contêineres tinham sido removidos e outros 21 foram localizados. Segundo a agente ambiental do Ibama, a diretoria da Log-in foi notificada na semana passada para entregar alguns documentos. "Solicitamos que eles nos apresentem um plano de retirada de contêineres. Cada contêiner tem um plano porque é uma situação diferente. São 21 contêineres que foram mapeados pela empresa e estão nas redondezas", afirmou ela. A previsão é que, até esta sexta-feira (8), a Log-In entregue os planos de retirada das caixas metálicas.

 

O G1 entrou em contato com a Log-In para saber se mais algum contêiner foi localizado e se já está sendo feito o plano de resgate dos materiais, mas a empresa não se posicionou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

 

Acidente

 

O navio Log-In Pantanal foi atingido por ondas de até 4,5 metros e 46 contêineres caíram no mar, a quatro quilômetros da costa brasileira. Nenhum tripulante ficou ferido. A Marinha do Brasil emitiu uma alerta aos navegantes por causa das caixas metálicas no mar. A Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), órgão da Marinha do Brasil, continua investigando o que aconteceu.

 

Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar, pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que caíram na água e apareceram flutuando na região. Alguns compartimentos se romperam e parte da carga se espalhou entre a barra de Santos e a região costeira das cidades. Ao menos 11 pessoas foram detidas em flagrante por saquearem contêineres que boiavam na barra de Santos.