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27/02/2015 - 09h36

Maior presença feminina no trabalho eleva crescimento, diz Lagarde

Fonte: Valor Econômico

Aumentar a presença das mulheres no mercado de trabalho pode levar a maior crescimento, afirma a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. “Segundo algumas estimativas, elevar a participação feminina na força de trabalho para o mesmo nível da dos homens aumentaria o PIB em 5% nos Estados Unidos, 9% no Japão, 12% nos Emirados Árabes Unidos e 34% no Egito”, diz ela, em post publicado no blog do FMI nesta segunda-feira.
 
No texto, Lagarde fala da importância de diminuir os obstáculos legais às mulheres no mercado de trabalho, citando um estudo realizado por economistas do Fundo. “Apesar de alguns progressos nos últimos anos, restrições legais baseadas em gênero continuam significativas. Quase 90% dos países têm pelo menos uma restrições importante nas leis, e alguns têm várias”, diz ela, que se refere com frequência ao assunto em seus discursos.
 
Segundo Lagarde, as barreiras vão da exigência de que as mulheres tenham a permissão do marido para trabalhar a leis que limitam a participação feminina em algumas profissões específicas. “Outras restringem a capacidade das mulheres de ter propriedade, receber uma herança ou obter um empréstimo.”
 
O estudo do FMI encontra uma “relação forte” entre restrições legais e a participação feminina na força do trabalho. “Em 50% dos países estudados a igualdade estava refletida na lei. Quando isso ocorre, as taxas de participação na força de trabalho aumentaram em pelo menos 5 pontos percentuais nos cinco anos seguintes.”
 
Ela cita o Peru como um grande exemplo. “Em 1993, a nova constituição definiu a igualdade entre homens e mulheres na lei, eliminando a discriminação ao garantir oportunidades iguais para o trabalho”, observa ela. Leis baseadas nos costumes eram invalidadas se contrariassem esses direitos. “Como resultado, a a participação na força de trabalho aumentou em impressionantes 15%.”
 
Lagarde diz que outros fatores também afetam esse quadro. “Demografia, educação e políticas que incluam a oferta de creches e licença-maternidade ajudam a impulsionar a participação feminina no mercado de trabalho. Mas direitos legais são fundamentais”
 
Nesse cenário, Lagarde observa que ainda há muito trabalho a fazer nessa direção, mas ter leis e regulações que garantam maior igualdade é bom começo. “Ao ajudar as mulheres a atingir o seu potencial econômico pleno, nós também podemos impulsionar o crescimento, a prosperidade e a estabilidade para o mundo inteiro”, diz ela. “Em um mundo em busca de crescimento, as mulheres vão ajudar a encontrá-lo se tiverem oportunidades iguais, em vez de uma conspiração insidiosa.”
 
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