Fonte: DCI

 

Edital de licitação das áreas do Porto de Santos na Ponta da Praia não resolve problemas locais

 

Na semana passada, a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos realizou, em conjunto com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, seminário sobre utilização de hidrovias na Baixada Santista.

 

Havia grande expectativa em relação à participação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, que estuda a viabilidade do Hidroanel na região Metropolitana de São Paulo. Embora a ligação planalto-litoral tenha o obstáculo do desnível de 700 metros da Serra do Mar, a alavancagem do transporte hidroviário em São Paulo certamente terá desdobramentos no impulso desse modal na Baixada Santista. Os estudos do Hidroanel estão realmente adiantados.

 

Durante o seminário, o ex-presidente da Companhia Docas de São Sebastião, Eng. Frederico Bussinger, abordou a iminente publicação dos editais de licitação das áreas do Porto de Santos na Ponta da Praia. Os terminais ali instalados fazem a operação dos grãos de exportação. Bussinger, um dos idealizadores do Proaps, o programa de arrendamento de áreas do porto santista na década de 90, quando a operação portuária foi privatizada, defendeu posição frontalmente oposta à adotada pela Secretaria Especial de Portos, de manter essa operação naquela área.

 

Além dos argumentos utilizados pelas autoridades municipais de Santos, como a poluição ambiental por material particulado no ar, o mau cheiro e a proliferação de ratos e pombos, Bussinger destacou a burrice logística que é levar caminhões e vagões a percorrer cerca de 20 km a mais dentro de Santos, na beira do cais, quando essa operação poderia ser feita, segundo ele, no pé da Serra do Mar, na entrada da cidade ou antes dela.

 

A comunidade técnica ligada ao Porto de Santos sempre entendeu que a Ponta da Praia, bairro atualmente residencial, seria mais adequada para a implantação de terminais para atracação dos navios de cruzeiros e a circulação de passageiros.

 

Santos chegou a promulgar mudança na Lei de Uso do Solo proibindo a operação de grãos, na Ponta da Praia. Mas o Supremo Tribunal concedeu decisão provisória para o governo federal mantendo a operação lá.

 

Nesta semana, os editais foram publicados. A burrice logística está a caminho de se consolidar por mais 25 anos. Com renovação por mais 25...