Fonte: Portos e Navios

 

A Marinha do Brasil não deve usar seus navios no atual estágio da pandemia do coronavírus (Covid-19) no país, como já vem ocorrendo nos Estados Unidos. No entanto, a autoridade marítima esclareceu por meio de nota que continua disponibilizando recursos operacionais e logísticos, conforme a necessidade do Ministério da Defesa.

 

Nos Estados Unidos, o navio-hospital USNS Comfort da Marinha americana atracou em Nova Iorque na última segunda-feira (30) para desafogar os hospitais da cidade que precisam atender pacientes com coronavírus. O navio tem capacidade para mil leitos e deve receber pacientes com outras patologias. A cidade já possui mais de 90 mil casos confirmados da Covid-19.

 

Ao todo a Marinha brasileira dispõe de cinco Navios de Assistência Hospitalar (NAsH), conhecidos como “Navios da Esperança”. Dentre eles, quatro estão subordinados ao comando do 9º Distrito Naval, em Manaus (AM) e um ao comando do 6º Distrito Naval, no município de Ladário (MS).

 

Porém os cinco navios são de pequeno porte, variando de 31,5 a 63 metros de comprimento e contendo de dois a oito leitos. Os NAsH são empregados durante as operações de assistência hospitalar em sua maioria na região amazônica, nas comunidades que necessitam de atendimento.

 

De modo geral, a Marinha afirmou que os navios não são adequados para internação de pacientes com doenças infectocontagiosas de alta transmissibilidade, como é o caso do coronavírus. Isso devido à impossibilidade de isolamento dos seus sistemas de ar condicionado, além da falta de recursos hospitalares necessários ao tratamento de pacientes em estado grave.

 

Os navios possuem capacidade para atender atividades de clínica geral e odontológica; exames laboratoriais; serviços de enfermagem; exames de imagem e entrega de medicamentos à população local. As camas têm servido para acomodar militares ou civis de organizações quando embarcados nas comissões de saúde. A Marinha afirmou que podem ser usados como leitos numa situação específica, mas sem capacidade para isolamento de pacientes.

 

A Marinha destacou que desde o dia 20 de março atua na Operação Covid-19 sob a coordenação do Ministério da Defesa e alinhada às recomendações dos órgãos de saúde. Dentre as ações desenvolvidas pela Operação está a atuação dos militares e agentes civis, principalmente na descontaminação de ambientes e materiais; instalação de pontos de triagem de pacientes nos acessos aos hospitais e os postos de saúde. Além disso realiza ações nas fronteiras e em embarcações e emprega laboratórios químicos para produção e distribuição de álcool em gel.