Fonte: O Dia

 

 

Mercado de trabalho aquecido, falta de mão de obra experiente e baixos valores das aposentadorias são fatores que estimulam aposentados do INSS voltarem a trabalhar, muitos até com carteira assinada novamente. Dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE mostram que, dos grupos por faixas etárias da população ocupada, o único segmento que cresceu foi o das pessoas com mais de 50 anos de idade. Entre 2003 e 2012, a participação dos mais velhos no mercado de trabalho passou de 16,7% para 22,5% em regiões metropolitanas pesquisadas.

 

O grupo que concentra o maior contingente de trabalhadores é o da faixa etária entre 25 e 49 anos, que apresentou queda de 63,8% para 62,1% no mesmo período. De acordo com o IBGE, o total de trabalhadores com mais de 50 anos representa batalhão de mais de 5,1 milhões de pessoas.

 

DESAPOSENTAÇÃO

 

A perspectiva dos aposentados do INSS aumentarem ainda mais as estatísticas de pessoal ocupado será reforçada com a possibilidade da chamada desaposentação entrar em vigor. Na última quarta-feira, o Senado aprovou projeto de lei que permite o aposentado, que trabalha com carteira assinada, fazer o recálculo dos benefícios, usando as contribuições feitas após a concessão do benefício para aumentar o valor.

 

A operadora de caixa de supermercado Vânia Benedette, 61 anos, afirma que ainda trabalha para poder completar a renda. “É bom continuar trabalhando. Sou muito ativa e não consigo ficar parada. O salário é uma coisa boa, complementa a aposentadoria”, diz.

 

Mudança de tendência

 

O mercado inverteu uma tendência e nos últimos anos tem dado preferência à contratação de trabalhadores mais velhos. De acordo com Fabiana Goulart, sócia-diretora da empresa RH Personalizado, lojas do comércio de varejo são as que mais dão chances para os funcionários com mais idade.

 

“Além da experiência, o pessoal mais velho tem mais disponibilidade, é mais dedicado e acaba se tornando líder do grupo de trabalho”, explica.

 

A operadora de caixa de supermercado Vânia Benedette representa bem o perfil que o comércio varejista procura para contratar.

 

“Os clientes gostam de ser atendidos por pessoas mais velhas. Temos mais paciência, mais criatividade também. Além disso, somos mais dedicados”, assegura.