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23/02/2018 - 04h45

Metade dos contêineres que caíram no mar está perdida e Ibama propõe monitoramento 'vitalício'

Fonte: G1 Santos
 
G1 acompanhou fiscalização do órgão ambiental federal em área a 4 quilômetros da costa, onde 46 caixas metálicas caíram de navio há seis meses.

 
Metade dos 46 contêineres que caíram do navio Log-In Pantanal na Barra de Santos, no litoral de São Paulo, não deverá ser recuperada do mar, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O G1 acompanhou uma inspeção realizada na área onde ocorreu o acidente.
 
Em agosto de 2017, as caixas metálicas foram lançados ao mar, na Barra de Santos, depois que a embarcação foi atingida por ondas de até 4,5 metros durante a madrugada. O navio aguardava para realizar manobra de entrada no cais santista. Mercadorias, que ficaram espalhadas pela costa, foram saqueadas.
 
Após investigação, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), culpou o comandante e outros três oficiais do navio pelo acidente. A autoridade marítima atribuiu "negligência" aos tripulantes no relatório. A empresa dona da embarcação ainda trabalha para minimizar os impactos.
 
Na quarta-feira (21), o G1 acompanhou a fiscalização do Ibama ao trabalho realizado por uma equipe contratada para localizar e retirar as caixas metálicas do mar, a quatro quilômetros da costa. Até esta data, 17 compartimentos já tinham sido resgatados e a previsão, conforme o órgão federal, é de que outros cinco sejam recolhidos.
 
"Certamente, a empresa se esforça para retirar todos os contêineres do mar, mas sabemos que isso não será possível. Monitoramos, portanto, todo o trabalho de contingenciamento para evitar novos e maiores danos ao meio ambiente", disse a agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, que acompanha as ações.
 
Ana Angélica explicou que as caixas metálicas que afundaram estão danificadas, em razão do impacto da queda ainda na ocasião do acidente. "Por isso, há um cuidado grande na retirada. Exigimos barreiras de contenção, para evitar que produtos armazenados e peças metálicas se espalhem pelo mar", explicou.
 
A agente ambiental estima que os trabalhos realizados por uma equipe com especialistas de três países, que possui à disposição uma balsa com guindaste, ocorram por mais duas semanas. "Há alvos já mapeados que eles vão tentar retirar. A partir daí, faremos um balanço final para saber o que, de fato, não foi achado".
 
Em razão do eventual encerramento da operação de resgate, o Ibama vai autuar a empresa pelos danos ocorridos. "Estamos finalizando o auto a partir de tudo o que foi constatado. É certo que a Log-In deverá continuar a monitorar todo esse ambiente, meio que de forma 'vitalícia', primando pela segurança de todos".
 
O acidente
 
A queda ocorreu na madrugada de 11 de agosto, quando o navio estava no Fundeadouro 3 do Porto de Santos. A embarcação aguardava para realizar nova manobra para atracar em um terminal, de onde havia saído para operar o embarque de caixas metálicas em outras instalação do cais santista.
 
Por segurança, o canal de navegação, que serve de acesso ao complexo portuário, foi monitorado por equipamentos que identificam objetos submersos. Por quase 24 horas, a via navegável teve que ser bloqueada. A Marinha do Brasil emitiu um alerta aos navegantes por causa das caixas metálicas no mar.
 
Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar, pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que caíram na água e apareceram flutuando na região. Alguns compartimentos se romperam e parte da carga se espalhou entre a Barra de Santos e a região costeira das cidades.
 
Ao menos 11 pessoas foram detidas em flagrante por saquearem contêineres que boiavam na Barra de Santos. Entre os produtos recuperados, estavam eletrônicos, eletrodomésticos, pneus de bicicleta e peças de vestuário. As mercadorias foram apreendidas e as pessoas acabaram liberadas nas delegacias.
 
Passados seis meses do sinistro, apenas 14 contêineres foram recolhidos do mar, sendo nove na primeira fase da operação de remoção. Na última semana, novos equipamentos chegaram à Baía de Santos para continuar os trabalhos, que são monitorados pelas autoridades marítima, ambiental e portuária.
 
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