Fonte: Valor Investe

 

Levantamento projetou tempo que homens e mulheres de perfis conservador e arrojado levariam para acumular uma mesma aposentadoria. Variação no apetite ao risco aprofunda abismo causado por desigualdade de salários

 

Uma mulher de perfil de investimentos conservador pode levar quase duas décadas a mais que um homem de mesma postura para assegurar uma mesma renda após pararem de trabalhar, aponta um levantamento da gestora Magnetis.

 

Considerando o rendimento mensal médio de homens (R$ 2.579) e de mulheres (R$ 2.050) no país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e partindo de uma aposentadoria mensal média de R$ 10 mil, o estudo aponta que ela precisaria de quase 20 anos a mais de acumulação para atingir o mesmo objetivo no fim da vida.

 

O levantamento considera que ambos, homem e mulher, tenham começado a investir aos 20 anos de idade com o objetivo de se aposentarem aos 65 anos, em um cenário hipotético de expectativa de vida de 100 anos. Considera ainda que ambos tenham aplicado um primeiro salário inteiro e, depois, mantido aportes mensais de 30% desse rendimento.

 

A desigualdade na renda final se agrava pelas diferenças de educação financeira e de modo de investir que ainda marcam homens, mais afeitos ao risco e maioria em segmentos voláteis, e mulheres, em sua maioria mais cautelosas nas aplicações, e minoria entre os investidores na bolsa de valores.

 

Comparando um homem de perfil de investimentos agressivo e uma mulher de perfil conservador, a Magnetis estima que ele chegaria aos 65 anos com a possibilidade de uma renda mensal de R$ 17.531, enquanto ela teria, na mesma idade, um rendimento mensal de R$ 4.495.

 

A renda dela subiria para R$ 13.935 caso também tivesse investido em uma carteira arrojada, com a mesma volatilidade de portfólio simulada inicialmente para o homem. “Mesmo assim, o efeito da desigualdade de pagamento ainda é notável, de R$ 3.596 mensais”, pontua a gestora.