Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato Nacional dos Aposentados

 

O novo governo Temer parece querer se aproveitar do caos político e econômico instaurados no país pelo governo Dilma Rousseff para implantar uma medida absurda: a Reforma da Previdência Social.

 

Assim como no governo Dilma, Temer também deu início à eterna repetição de que o sistema previdenciário dá prejuízos, colocando-o como se fosse o motivo do desemprego, das altas taxas de juros, da estagnação econômica, o rombo nas estatais, a má gestão dos recursos públicos, entre outros fatores que formam a crise em que atravessa o país.

 

Além, evidente, de não ter relação com os problemas citados, há que se ressaltar que, atualmente, a Previdência não é deficitária. Poderá até vir a ser um problema daqui a 30 a 50 anos, quando a população idosa aumentar no Brasil, no entanto, neste momento, não representa o buraco em que o Brasil, por má gestão, afundou-se.

 

Há uma enorme contradição nesta argumentação: como um governante pode afirmar que a Reforma da Previdência resolverá os emergenciais problemas econômicos do governo se a Reforma – caso implantada – só provocaria algum efeito nas futuras gerações. Em síntese, é ilógico e subestima a capacidade de raciocínio do brasileiro, querer implantar uma ação, que só mudaria o futuro, para tentar consertar o presente.

 

Esse erro cronológico - de tentar consertar o presente promovendo mudanças no futuro - é que dá margem para questionarmos quais são as reais motivações para a Reforma da Previdência neste período.

 

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical compreende a necessidade de debater, discutir e reavaliar alguns pontos do sistema previdenciário brasileiro, no sentido de evitar distorções, assegurar os direitos sagrados e ampliar as garantias para uma vida digna na terceira idade, depois de contribuir por muitos anos para ter o direito ao benefício.

 

Os benefícios pagos pelo INSS aos cidadãos brasileiros não podem ser colocados pelos políticos como um fardo para a sociedade, uma esmola, uma vez que milhões de trabalhadores e trabalhadoras contribuem uma vida inteira para ter o direito de recebê-lo.

 

Que o governo Temer esteja aberto ao diálogo e não queira impor mudanças que profundamente prejudicarão o futuro de milhões de brasileiros. Que o governo Temer não faça com que o novo pareça velho, tentando sucatear a Previdência Social no Brasil, de modo a empurrar os cidadãos a aderirem planos de previdência privada para assegurar uma velhice digna.

 

Que o governo Temer não utilize, de forma equivocada, a Reforma da Previdência para tentar ressuscitar a CPFM. Que o governo Temer não cometa o crime de “rifar” um dos maiores patrimônios sociais do povo brasileiros.

 

Carlos Ortiz

Presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados,

Pensionistas e Idosos da Força Sindical

 

João Batista Inocenti

Presidente licenciado do Sindicato Nacional dos Aposentados,

Pensionistas e Idosos da Força Sindical