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02/12/2016 - 10h30

Número de desempregados dobra desde o início de 2014, aponta IBGE

Fonte: Valor Econômico
 
O contingente de desempregados no Brasil praticamente dobrou desde o início de 2014 até outubro deste ano, de 6,2 milhões para 12 milhões de pessoas.
 
De acordo com dados da Pnad Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas sem ocupação caiu de forma constante até ficar em 6,052 milhões em dezembro de 2013. Foi naquele período que a taxa de desemprego se situou em 6,2%, a menor da série da Pnad, iniciada em 2012.
 
No primeiro trimestre de 2014, o número de desempregados subiu em cerca de 200 mil pessoas e oscilou entre o patamar de 6,25 milhões e 7 milhões até o fim do ano. Nesse período, a taxa de desocupação variou entre 6,5% e 7,2%.
 
Em 2015, o número de desempregados aumentou, começando em 6,76 milhões e terminando em 9,1 milhões, o que levou o nível de desocupação a 9% ao fim do ano.
 
O desemprego bate recorde em 2016, atingindo 12,042 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro, com taxa de 11,8%. O número é 32,7% maior que em igual período do ano passado - o que significa quase 3 milhões de cidadãos a mais à procura de um emprego em apenas um ano.
 
No trimestre até outubro desde calendário, a queda da população ocupada bateu recorde em relação a igual período do ano anterior, baixa de 2,9% e 2,4 milhões de vagas a menos. Em apenas três meses, o país perdeu mais de 600 mil pessoas na população ocupada às vésperas do fim de ano.
 
"Esse dado é alarmante. O desenho sazonal costumava apontar para outro lado", destacou Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, lembrando que historicamente o desemprego recua nos meses final do ano.
 
Até o comércio perdeu vagas, atividade que já contratava em outubro para as vendas de fim de ano. São 454 mil postos de trabalho a menos em relação ao antepenúltimo mês de 2015, decréscimo de 2,6%. Ante o trimestre imediatamente anterior, encerrado em julho, houve redução de 91 mil vagas.
 
A indústria continua perdendo postos, com 105 mil vagas a menos em um trimestre. Perante outubro de 2015, a queda de 9,1% significou a perda de 1,1 milhão de empregos. Uma redução forte comparada com um período em que a indústria já estava em queda livre, ressaltou Cimar Azeredo.
 
Ante o ano passado, a construção demitiu 501 mil pessoas; a agropecuária fechou 478 mil vagas; e o grupo que inclui informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias e administrativas diminuiu em 585 mil postos.
 
Por outro lado, houve ganho de emprego em transporte, que adicionou 83 mil trabalhadores; alojamento e alimentação, que recebeu 326 mil novos trabalhadores, e a administração pública, defesa, educação e serviços sociais, que acrescentou 236 mil pessoas. Outros serviços tiveram elevação de 3,3% em um ano, ou mais 136 mil pessoas somadas nesse grupo, segundo o IBGE.
 
Emprego formal e informal
 
Em três meses, o mercado de trabalho perdeu cerca de 300 mil vagas com carteira assinada, queda de 0,9% entre o trimestre encerrado em outubro e o período finalizado em julho. Desde outubro do ano passado, a perda é ainda maior: foram fechados 1,3 milhão de postos de trabalho com carteira, recuo de 3,7%.
 
As informações da Pnad Contínua apontam para um mercado de trabalho que já não é mais suficiente nem para atender aqueles que se arriscam na informalidade. Em um trimestre, quase 900 mil vagas de trabalhadores por conta própria foram perdidas. São 21,7 milhões de pessoas que tentam ganhar a vida sem patrão. Em relação ao ano passado, a queda de 3,2% significou 725 mil postos a menos nessa posição no mercado de trabalho.
 
O trabalho doméstico recuou 0,6% ante o trimestre imediatamente anterior, o que significa o fechamento de 34 mil vagas. Na comparação anual, houve uma redução menor, de 10 mil vagas.
 
O empregador, que é aquele que tem pelo menos um funcionário trabalhando com ele, é uma função em crescimento. Na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2015, a alta foi de 2,1%, ou mais 85 mil pessoas.
 
O emprego no setor privado sem carteira cresceu ante 2015, com adição de 165 mil vagas. No setor público, porém, o IBGE notou corte de 115 mil vagas em igual período.
 
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