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11/01/2022 - 09h43

Para Bayard, eleições atrapalharão processo de desestatização do porto de Santos

Fonte: Boqnews
 
Presidente da Abtra, Bayard Umbuzeiro, diz que setor aguarda com expectativa qual será o modelo de autoridade portuária a vigorar.
 
Empresário do setor portuário e presidente da Abtra – Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados, Bayard Umbuzeiro, 81 anos, não acredita que o processo de desestatização no Porto de Santos ocorrerá ainda este ano.
 
Dessa forma, a autoridade portuária divulgou que planeja lançar neste primeiro trimestre as primeiras audiências públicas para mostrar à comunidade portuária qual será a proposta a ser apresentada sobre o tema.
 
Inicialmente, a proposta era para ser apresentada no segundo semestre do ano passado, mas os trâmites burocráticos atrasaram a elaboração da proposta a ser divulgada aos interessados.
 
No entanto, segundo Bayard, as eleições marcadas para outubro de 2022 dificultarão a possibilidade da ideia ser levada adiante.
 
“Nem sempre os fatos andam na velocidade que gostaríamos”, esclareceu o empresário.
 
Assim, ele destaca que o setor está ansioso em conhecer o modelo de autoridade portuária a ser implantado.
 
“Esta é a grande discussão”, salienta.
 
Bayard participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias desta segunda-feira (10).
 
Além disso, ele analisou as dificuldades que o Ministério da Infraestrutura e a SPA – Santos Port Authority terão ao longo deste ano para que o projeto a ser apresentado seja sancionado ainda no atual governo em razão das eleições de outubro.
 
Vitória
 
Além disso, Bayard citou, como exemplo, a proposta de desestatização do porto de Vitória, no Espírito Santo, com capacidade bem menor que o cais santista.
 
Não bastasse, até agora é objeto de discussões sem que o processo seja efetivado.
 
“Temos que projetar um hub port (porto concentrador) para Santos. Nada pode ser feito no afogadilho”, enfatiza.
 
Durante o programa, o empresário também falou do projeto BR do Mar, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira.
 
O objetivo é ampliar a capacidade da movimentação de cargas pelos portos brasileiros, visando a redução de custos.
 
Hoje, apenas embarcações brasileiras podem fazer o serviço de cabotagem.
 
Com a lei, o mercado seria aberto a companhias sem frota própria.
 
E assim elas poderiam apenas alugar embarcações estrangeiras.
 
“Será um importante passo para redução dos custos”, salientou.
 
ICMS
 
Bayard também analisou a necessidade do governo do estado rever as alíquotas do ICMS, que pesam nos custos finais e acabam atingindo o consumidor.
 
“Foram várias as reuniões com o governo do Estado, sem sucesso”, lamentou.
 
Política
 
O empresário diz que aguarda uma posição do partido para definir seu futuro.
 
Bayard candidatou-se à prefeitura de Santos nas eleições municipais de 2020 pelo PTB.
 
Assim, ele reconhece que ‘pendurou as chuteiras’ em novas disputas eleitorais (ele foi eleito vereador em Santos entre 1989 a 1992).
 
No entanto, garante que participará das discussões para os pleitos marcados em outubro.
 
“Só fico em um lugar se sou convidado. Se não me quiserem mais, vou embora”, diz, aguardando a decisão sobre o comando do partido para definir seu futuro político.
 
De qualquer forma, ele é enfático em defender a votação em candidatos da Baixada Santista.
 
“A população precisa votar em candidatos da região”, salientou.
 
Notas
 
Por sua vez, a única certeza, porém, é o apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem ele dá ‘nota 9’ pelos três anos do seu governo.
 
“Não dou 10 para ninguém. Mas a administração do Bolsonaro é exemplar. Três anos sem nenhum tipo de corrupção e nas condições que ele recebeu o governo, merece esta nota”, destaca.
 
Já em relação ao governador João Doria (PSDB), não sobram críticas.
 
“Para ele, dou nota 3”.
 
Assim, a não revisão do ICMS foi um dos pontos criticados pelo empresário.
 
Por sua vez, sobre o prefeito Rogério Santos, Umbuzeiro optou em não dar nota pelo seu primeiro ano de mandato.
 
“Gosto do Rogério. Mas ele é fruto de um grupo político. Ele pegou uma situação complicada. Ele tem que atender as demandas dos partidos que fizeram a composição dele ser eleito”, enfatizou.
 
“Diante da situação, ele está saindo surpreendentemente bem”, salientou.
 
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