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24/01/2020 - 08h31

Para sobreviver à inteligência artificial, trabalhadores precisam aprender novas habilidades, alertam especialistas em Davos

Fonte: Época Negócios
 
Painel no Fórum Econômico Mundial discutiu a necessidade de adaptar políticas trabalhistas ao contexto da quarta revolução industrial


 
A era da inteligência artificial (IA) permite que máquinas aprendam com experiências, executem tarefas antes feitas por seres humanos e processem grandes volumes de dados. Neste cenário, o surgimento de novos empregos e a necessidade de criar políticas de regulamentação pautam o papel humano na chamada quarta revolução industrial.
 
Em painel realizado durante o Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, o historiador israelense Yuval Noah Harari; a presidente da Fundação Swiss Digital Initiative e ex-conselheira federal da Suíça, Doris Leuthard; o economista americano Glen Weyl; e o secretário-geral do Comitê Consultivo Sindical da OCDE, Pierre Habbard, discutiram como as políticas trabalhistas em todo o mundo devem se adaptar às novas condições das “linhas de montagem digitais”.
 
Doris Leuthard ressaltou que com o mundo do trabalho cada vez mais moldado pela IA, pensar na questão ética é fundamental. Isso porque, segundo ela, as consequências negativas dos algoritmos e novas tecnologias costumam ser negligenciadas pelo público. “A digitalização vai promover mais empregos informais. Isso fará com que o mercado de trabalho fique cada vez mais desprotegido”, afirma Doris.
 
Glen Weyl, presidente e fundador da Fundação RadicalXChange, organização que defende a construção de um capitalismo mais sustentável, acredita em um futuro onde os seres humanos serão parte do processo tecnológico. "Vejo um futuro em que os robôs serão operados por humanos para realizarem cirurgias e outros procedimentos médicos em locais remotos do planeta", afirma.
 
Na discussão, o historiador Harari enfatizou que alguns trabalhos podem desaparecer nos próximos anos, mas outros ainda devem surgir. Entretanto, para que essa transição seja positiva, é importante que a IA seja usada corretamente. “As pessoas precisam aprender constantemente novas habilidades. A IA existe somente há poucos anos, mas grandes mudanças ainda devem acontecer e precisamos pensar em como proteger os trabalhadores”, diz.
 
Pierre Habbard destaca que não há motivo para encarar a tecnologia como algo negativo para mercado de trabalho. No entanto, Habbard é enfático ao dizer que a discussão sobre o futuro do trabalho deve ir além do aprendizado de novas habilidades. Para ele, as lideranças têm o papel de regulamentar as relações de trabalho no contexto da digitalização, bem como proteger os trabalhadores e os pequenos negócios.
 
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