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09/04/2020 - 08h31
Perda de trabalho é “devastadora”, diz a OIT
Fonte: Valor Econômico

A crise da pandemia da covid-19 já começou a provocar “perdas devastadoras” em termos de emprego e de horas trabalhadas em escala global, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Conforme a entidade, a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial deverá fazer desaparecer 6,7% de horas de trabalho no mundo só neste segundo trimestre, ou o equivalente a 195 milhões de pleno emprego (levando em conta semana de 48 horas de trabalho).
Calcula que na população ativa mundial de 3,3 bilhões de pessoas, mais de quatro pessoas entre cinco (81%) estão atualmente afetadas pelo fechamento total ou parcial dos locais de trabalho. “Trabalhadores e empresas atravessam uma catástrofe, tanto nos países desenvolvidos como em desenvolvimento”, afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Rider. “Devemos agir rapidamente, juntos e com determinação. As boas medidas de urgência podem fazer a diferença entre sobrevivência e colapso.”
Na ausência de outros dados, as mudanças nas horas trabalhadas - que refletem demissões e outras reduções temporárias de atividade - apontam uma realidade cada vez pior. Prevê-se a destruição de horas de trabalho - com as paralisações provocadas para frear a contaminação das populações - na Ásia e Pacífico (7,2%, ou 25 milhões equivalente de pleno emprego), na Europa (7,8% ou 12 milhões de pleno emprego), e nos países árabes (8,1% ou 5 milhões de pleno emprego). A OIT calcula que a crise fará desaparecer 5,7% horas de trabalho na América Latina e Caribe só neste segundo trimestre, ou o equivalente a 14 milhões de pleno emprego. No Brasil, estima-se que 45% dos trabalhadores têm empregos em setores de maior risco a uma alta “drástica e destrutiva” de demissões, redução de salários e de horas trabalhadas.
“Perdas pesadas” são esperadas nos países pertencentes a diferentes grupos de renda, mas sobretudo nos de renda intermediária superior, superando o que ocorreu durante a crise financeira global de 2008-09. Os setores mais atingidos pela crise são os de hotelaria e restaurantes, indústria manufatureira, comércio varejista e atividades comerciais e administrativas. No total, 1,25 bilhão de pessoas trabalham nesses setores sob risco de alta “drástica e destrutiva” nas demissões, redução de salários e de horas trabalhadas. A proporção de trabalhadores nesses setores de risco chega a 41% nas Américas e 26% na Ásia e Pacífico. Além disso, globalmente há dois bilhões de trabalhadores na economia informal, sobretudo nos emergentes e países em desenvolvimento, que estão particularmente ameaçados.






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