Fonte: O Globo / RJ

Agência da ONU chamou a atenção para o problema, que afeta 20% da população em idade ativa dos países ricos

 

Pessoas com transtornos mentais, como depressão, ansiedade e estresse, têm de duas a três vezes mais risco de perder o emprego. A avaliação é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que alerta que as empresas ainda têm dificuldades para lidar com esse tipo de problema. Para a agência da ONU, incluir, em vez de afastar, pode ser uma solução melhor para a companhia e para os funcionários afetados.

 

Segundo Shruti Singh, economista sobre mercado de trabalho da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de 20% da população em idade ativa do grupo que integram a organização têm ou terão algum tipo de desordem mental.

 

“Na maior parte dos casos, dar apoio aos trabalhadores afetados para que eles mantenham seus empregos, ou voltar ao trabalho, é uma solução muito melhor do que excluí-los do ambiente de trabalho e mantê-los eternamente em programas de benefícios por invalidez”, destaca Singh, segundo reportagem do site da OIT, que participou de um evento na sexta-feira sobre o assunto, promovido pela agência.

 

Segundo a entidade, identificar o processo nos estágios iniciais é o maior desafio. Entre as dificuldades para o diagnóstico estão a variedade de causas, que podem variar desde traumas de infância ao dia a dia do trabalho.

 

“Além disso, o medo de ser rejeitado ou estigmatizado por suas empresas e colegas de trabalho faz com que seja muito difícil se abrir para seus gestores”, explica o especialista em deficiência da OIT Stefan Tromel.

 

Para o especialista, o problema é mais grave nas economias em desenvolvimento:

 

“Devido à falta de informação e à multiplicidade de problemas de saúde ocupacional em países em desenvolvimento, o estigma relacionado aos transtornos mentais também é alto, então vai levar um longo tempo e esforço para que progressos sejam feitos”