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09/05/2022 - 09h20
Polêmica portuária de olho no STS-10
Fonte: Boqnews / Jairo Sergio de Abreu
Diante das discussões simultâneas da desestatização do porto de Santos e o leilão de uma área de 601 mil metros quadrados no Saboó para implantação de um terminal de contêineres, o chamado STS-10, a Abtra – Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados questiona a pressa em repassá-los à iniciativa privada ainda neste ano.
Prazos
Ex-presidente da Codesp (atual SPA), o diretor-executivo da entidade, Angelino Caputo, mostra que, ao contrário dos dados apresentados pelo governo, ainda levará tempo para que a movimentação de contêineres no Porto de Santos chegue ao limite.
A Secretaria de Portos calcula que se nada for feito, o estrangulamento no setor ocorrerá até 2026.
No entanto, a projeção do BNDES é outra: 2030.
Por que a pressa?
Por isso, ele defende que a proposta não ocorra agora, ainda mais em ano eleitoral, sob o risco da venda do STS-10 tiver como vencedor determinados grupos que poderão ampliar a concentração de movimentação de cargas no cais santista.
A preocupação especial é com a possibilidade do grupo BTP, formado pelos armadores MSC e Maersk, ou coligadas, assumirem também a área, vizinha ao seu território.
Isso concentraria mais da metade de toda a movimentação de cargas em contêineres no cais santista a partir de 2028.
Tempestade perfeita
Não bastasse, reconhece Caputo, há o risco, com o processo de desestatização, que se alguma empresa ligada direta ou indiretamente a armadores (donos de navios) vencer a licitação para administrar o futuro do Porto de Santos, isso poderá gerar pressão pelo aumento das tarifas aos demais players.
Sai daqui I
Um atento observador do meio portuário liga os pontos e entende o porquê da enorme pressão na construção de um túnel entre Santos e Guarujá ao invés da ponte, a ser arcada pela iniciativa privada.
Sai daqui II
Afinal, conforme o projeto, a localização da ponte atrapalharia a movimentação dos navios justamente na área a ser licitada e vizinhança. Por isso, quanto mais longe a realização da obra, melhor.
Ainda mais que o futuro concessionário terá a obrigação de fazer o túnel – e cobrará pedágio, é claro.






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