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27/05/2022 - 10h09

Porto da Imetame pode tomar o lugar de Santos (SP) na logística da soja

Fonte: Folha do Litoral
 
O Porto da Imetame, em Aracruz, que já está em construção, terá capacidade de receber navios que transportam 150 mil toneladas de carga e que, hoje, não operam na costa brasileira
 
Município que ao longo dos anos se transformou em polos econômicos no Espírito Santo (celulose, químico e naval), Aracruz passa a viver uma nova expectativa com o Porto da Imetame, em Barra do Sahy, que entra na disputa com o Porto de Santos (SP) para ser o maior polo exportador de grãos de soja no Brasil.
 
A logística deve atrair produtores de soja dos estados de Minas Gerais, Goiás, Leste de Mato Grosso e parte da Bahia, que no início dos anos 2000, com o Porto de Santos, protagonizaram uma mudança histórica na rota logística do agronegócio do Brasil. Com a capacidade de receber navios maiores, com custos mais competitivos, o complexo no litoral paulista se tornou a opção de muitos fazendeiros que exportavam pelo Porto de Paranaguá, no Paraná. Duas décadas depois, o Porto Aracruz (conhecido como Porto da Imetame) entrará na disputa pela exportação do agronegócio seguindo a mesma estratégia do terminal paulista.
 
O Porto da Imetame, em Aracruz, que já está em construção, terá capacidade de receber navios que transportam 150 mil toneladas de carga e que, hoje, não operam na costa brasileira. O maior navio que Santos está apto a receber transporta até 90 mil toneladas – e tem o frete 6 dólares por tonelada mais caro com relação ao modelo que poderá operar em Aracruz.
 
Um dos fatores decisivos para receber navios maiores é a profundidade das águas do porto, já que navios maiores possuem uma parte submersa maior (calado). O porto de Santos suporta navios com calado de até 14,5m, enquanto o Porto de Aracruz, de até 16m. Os cálculos do Porto Aracruz apontam que o terminal de grãos poderia movimentar por ano entre 9,8 milhões e 11,5 milhões de toneladas de soja, considerando a economia de US$ 6 por tonelada.
 
No cenário mais otimista, o novo porto do Espírito Santo seria capaz de atender uma demanda entre 23,2 milhões e 27 milhões de toneladas de soja, volume equivalente ao exportado por Santos em 2021. “Olhando para o cenário mais conservador, nossa zona de abrangência incluiria a soja produzida em Minas Gerais, Goiás, Leste de Mato Grosso e parte da Bahia. Em uma perspectiva mais otimista, poderíamos receber soja de áreas ainda mais distantes”, disse a CEO do Porto Aracruz, Cristiane Marsillac, ao Bloomberg Línea.
 
Desde o ano passado a Imetame já investiu cerca de R$ 200 milhões no projeto, que receberá um total de R$ 3 bilhões em sua primeira fase, que inclui um terminal de cargas e um terminal de contêineres. A área de contêineres entrará em operação primeiro, em 2024. Já o terminal de grãos está previsto para iniciar as atividades em 2025.
 
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