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31/03/2015 - 03h49

Praticagem 'barra' entrada de navio vindo de Guiné no Porto de Santos, SP

Fonte: G1 / Santos

Segundo o sindicato da categoria, a recusa é uma medida de segurança. Procurada, Anvisa não deu detalhes sobre a liberação do navio.

 
Um navio cargueiro vindo de Guiné, país africano que apresentou surto de Ebola no ano passado, deveria atracar na manhã desta segunda-feira (30) no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, mas a Praticagem se recusou a conduzí-lo até o cais. Os práticos cobram uma inspeção médica nos oito tripulantes que estão à bordo.
 
Segundo o diretor do Sindicato dos Práticos do Estado de São Paulo, Carlos Alberto de Souza Filho, o navio Tasman possui o documento de "Livre Prática", emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não foi inspecionado de maneira presencial.
 
"Esse documento dado pela Anvisa é concedido à distância, após a confirmação de informações com o comandante, mas, neste caso, estamos falando de um navio com origem em um país endêmico, que precisaria de uma avaliação médica in loco para garantir total segurança", avalia.
 
Souza Filho afirma ainda que a Praticagem questionou a Capitania dos Portos sobre a situação considerada especial pelo grupo, porém, recebeu o aval para liberar a embarcação. "Mesmo com sinal positivo da Capitania e da própria Anvisa, nós achamos por bem, por medida de segurança, tanto dos profissionais quanto da comunidade, não liberar. O sindicato não escalou nenhum profissional para conduzir o navio enquanto não for feita uma avaliação médica, que já solicitamos à agência responsável pelo Tasman", enfatiza.
 
Sem previsão
 
De acordo com o diretor, não há previsão para que o procedimento seja realizado. "Ele pode ser feito a qualquer hora, mas seria mais indicado durante o dia. Se o estado de saúde dos tripulantes estiver perfeito, todo o procedimento de atracação é feito rapidamente, dependendo, é claro, das demais escalas programadas", explica Souza Filho.
 
A Capitania dos Portos afirma que intermediou a situação, pedindo a avaliação médica à agência responsável pelo navio, para que a embarcação seja liberada o quanto antes e não haja prejuízos. O G1 também entrou em contato com a Anvisa por telefone, mas até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.
 
Simulado
 
Em dezembro do ano passado, o Porto de Santos recebeu um simulado prático, para definir os procedimentos caso um navio com tripulante suspeito de infecção pela doença atraque no cais.
 
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