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22/10/2021 - 09h43

Privatização do porto de Santos vai reduzir tarifas em 30%

Fonte: Petróleo
 
A privatização do Porto de Santos, o maior do país e por onde passa 28% do comércio exterior brasileiro, exigirá investimentos de R $ 16 bilhões e provocará uma queda imediata de 30% na principal tarifa paga pelos armadores. O futuro proprietário do complexo portuário precisará, entre outras intervenções, aumentar a profundidade dos canais de 15 para 17 metros e pagar a construção de um túnel que liga Santos à cidade vizinha de Guarujá.
 
O modelo de privatizações, estudado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), está praticamente pronto e deve ser colocado em consulta pública na segunda quinzena de novembro.
 
O contrato terá a duração de 35 anos, com possibilidade de prorrogação por mais cinco anos, de forma a fazer face a eventuais necessidades de reequilíbrio económico-financeiro. O leilão, previsto para o final de 2022, será vencido pelo licitante com maior lance.
 
Para evitar potenciais conflitos de interesse, o governo decidiu limitar a participação de operadores de terminais arrendados no porto e de armadores. Só poderão ter até 15% individualmente ou até 40%, quando somados, no bloco de acionistas.
 
O leilão está marcado para o último trimestre de 2022 e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse estar confiante em atrair grandes investidores internacionais para a disputa. De volta de uma recente turnê em Nova York, onde foi lançar concessões brasileiras, Freitas relatou ter ouvido especial interesse pela privatização do porto. “Santos é a nossa joia da coroa”, disse o ministro ao Valor, destacando a perspectiva de transformá-lo em um hub de navios na América Latina.
 
Estudos do BNDES indicam que a demanda praticamente dobrará nas próximas quatro décadas. O total de cargas movimentadas deve aumentar para 291 milhões de toneladas em 2060 de 148 milhões de toneladas em 2021. No caso dos contêineres, quase triplicará.
 
Isso exigirá um redimensionamento da porta. Na lista de obras a serem executadas, as obras de dragagem de aprofundamento vão demandar cerca de R $ 700 milhões. Vai permitir que navios de até 400 metros atracem em Santos.
 
Hoje o porto pode receber, com restrições, navios da classe New Panamax. Eles têm até 366 metros de comprimento e capacidade de 14.000 TEUs (unidade equivalente a vinte pés). Esse tipo de operação foi aprovado pela Marinha em fevereiro deste ano. Antes, Santos só conseguia receber navios com 340 metros de comprimento e capacidade aproximada de 9.000 TEUs.
 
Diogo Piloni, secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, disse que estão previstos R $ 10 bilhões em investimentos privados da futura concessionária em dragagem de manutenção. O contrato terá metas de desempenho. Se o nível de serviço diminuir, por falta de dragagem no momento adequado, haverá desconto nas taxas cobradas. “Se houver perda de calado, as operadoras perderão receita.”
 
Segundo ele, praticamente toda a cesta de tarifas portuárias terá queda em relação aos valores cobrados hoje. A tarifa de acesso hidroviário – individualmente a que mais pesa nas empresas de navegação – será reduzida em 30%, disse Piloni.
 
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