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05/01/2022 - 09h29

‘Se não houver condição, terminamos a temporada’

Fonte: Valor Econômico
 
Após anunciar na segunda-feira a suspensão voluntária de novos embarques na atual temporada de cruzeiros, o setor ampliou conversas com representantes dos governos federal, estaduais e municipais para explicar o atual cenário e tentar retomar as viagens em 21 de janeiro. “Se chegarmos a uma condição favorável para retomada de cruzeiros, voltamos no dia 21, caso contrário, terminamos a temporada”, disse Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil, braço da associação global que representa grupos como MSC e Costa.
 
Estas duas empresas têm cinco navios na costa brasileira na atual temporada, que começou em novembro e poderia neste ano ir até meados de abril. Surtos de covid-19 nas embarcações fizeram com que a Clia anunciasse a pausa. A Agência Nacional de Vigilãncia Sanitária (Anvisa) já havia recomendado a suspensão temporária.
 
Ferraz disse que os protocolos sanitários atuais foram chancelados por autoridades sanitárias, mas que nas últimas semanas, diante do salto nos casos de covid-19 e preocupação por parte dos municípios e Estados com a variante ômicron, o setor passou a enfrentar muitos desafios. A Anvisa chegou a barrar dois navios devido a um alto grau de contágio entre turistas e tripulação.
 
Segundo a Anvisa, são 829 casos confirmados de covid-19 entre tripulantes e passageiros, de 1º de novembro até 3 de janeiro, nos cinco navios que operam no país – três da MSC e dois da Costa. Os casos representam menos de 1% do total de viajantes até agora na atual temporada, de cerca de 130 mil. A agência informou que houve aumento “vertiginoso” de casos desde 26 de dezembro.
 
Em nota, a Anvisa informou que identificou 502 casos entre tripulantes, o que representa 60% dos resultados positivos nos navios. “Por se tratar de viajantes com maior período de permanência nas embarcações, a ocorrência de infecção entre a tripulação agrega maior grau de risco à condição sanitária desses navios”, disse a Agência.
 
Ferraz disse que ontem o governo federal teve uma reunião com alguns municípios (no total, 12 estão diretamente ligados à cadeia) para falar sobre protocolos sanitários. A Clia também iniciou conversas com os Estados ligados ao mercado de cruzeiros: SP, RJ, SC, BA e AL. Ainda não há direcionamentos de como ficarão os protocolos.
 
A atual temporada tinha 106 roteiros programados. Deste total, cerca de 30 foram realizados. A estimativa era movimentar R$ 1,7 bilhão na economia, sendo que até agora entre 15% e 20% deste montante foi feito, estimou a Clia.
 
Para a temporada 2021/22, o setor estimava transportar 370 mil turistas. Em 2019/20 foram 470 mil.
 
Segundo projeção feita pela Clia Brasil junto com a FGV, cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia brasileira. A cada 13 turistas em um cruzeiro, um emprego é gerado.
 
Os cruzeiros tiveram suas operações suspensas no Brasil em 19 de março de 2020, diante do agravamento da pandemia. Naquela época, diversas embarcações fizeram quarentena na costa brasileira após relatos de infectados, sobretudo em navios cargueiros.
 
Em outubro de 2021, o Ministério da Saúde autorizou viagens de cruzeiro a partir de novembro com a adoção de procedimentos de segurança. A Anvisa reforçou e complementou parte dos protocolos.
 
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