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19/11/2021 - 10h15
Setor portuário diz que fertilizantes são risco para operações de cruzeiros
Fonte: A Tribuna On-line
Proposta pela União, transferência do terminal de passageiros para o Valongo também foi criticada em evento
A Prefeitura de Santos, especialistas e representantes do setor de cruzeiros marítimos acreditam que esse segmento poderá ser inviabilizado com a instalação do terminal de fertilizantes (STS53), no cais de Outeirinhos, em frente ao Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais.
A alternativa indicada pela União e prevista no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos, de transferir o terminal de passageiros para a região do Valongo, também foi criticada e há dúvidas sobre a sua real viabilidade. Os alertas foram feitos nesta quinta-feira (18), durante o Summit Cruzeiros, promovido pelo Grupo Tribuna.
Há o temor que o novo terminal possa causar graves prejuízos nos aspectos econômico e turístico, já que 60% dos embarques de passageiros no Brasil são feitos a partir do cais santista.
O STS53 foi um dos oito terminais portuários qualificados, ontem, pelo Governo Federal para serem outorgados à iniciativa privada por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
O chefe do Executivo local, Rogério Santos (PSDB), vê com preocupação a futura instalação do terminal de fertilizantes por “não ser um bom cartão de visita para os turistas”.
Santos deixou claro que apoia a mudança da área de embarque e desembarque dos passageiros para o Valongo. “No entanto, vamos cobrar o Governo Federal para que as coisas ocorram no tempo certo e sem prejuízos à Cidade”, destacou.
Na avaliação do economista e sócio da Agência Porto Consultoria Portuária e Empresarial, Fabrizio Pierdomenico, é impensável ter na mesma área terminais de fertilizantes e de passageiros. Para o conselheiro da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS), Eduardo Lustoza, não é correto trazer para uma região tão próxima de residências um complexo que opera nitrato de amônia, que causou uma grande explosão no Líbano, no ano passado.
Já o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), Marco Ferraz, afirmou que essa possível transição para o Valongo é preocupante. Ele citou ainda que o Porto de Santos vem perdendo berços de atracação, enquanto o setor pretende crescer.
Na avaliação do consultor e especialista em Turismo, Alexandre Nunes, é preciso resolver alguns nós para viabilizar o empreendimento na região central, como o conflito com a legislação que trata da preservação de construções históricas e o grande fluxo de pessoas.
Alinhamento
O diretor de Gestão e Modernização Portuária do Ministério da Infraestrutura, Otto Burlier, afirmou que o STS53 está em consulta pública e que a intenção é ouvir as sugestões para orientar as ações do Governo Federal.
“Não será tomada nenhuma decisão sem o mínimo de alinhamento com o governo local, sociedade, entidades privadas e associações. Nosso interesse é atrair investimentos, buscar o equilíbrio do potencial do Porto e oferecer uma experiência positiva aos passageiros”, frisou.
O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Fernando Biral, em participação remota, explicou que está trabalhando com a Prefeitura para viabilizar a instalação do terminal de passageiros no Valongo, o que impulsionará a movimentação no Centro Histórico do Município.






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