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30/09/2020 - 08h16
Sindicatos fazem ato em SP para defender desoneração da folha a 17 setores
Fonte: O Globo
Congresso vai analisar veto do presidente Bolsonaro à medida nesta quarta
Centrais sindicais reuniram na manhã desta segunda-feira sindicalistas, trabalhadores e políticos no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, para pedir a derrubada, pelo Congresso, do veto presidencial à desoneração da folha de pagamento para 17 setores. O tema deve ser votado pelos parlamentares nesta quarta-feira.
A prorrogação foi aprovada pelo Congresso até 2021, mas foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro. A medida permite que as empresas substituam a contribuição previdenciária, de 20% do salário bruto dos funcionários, por uma alíquota que varia de 1,5% a 4,5% da receita bruta.
Se o veto não for derrubado, a medida perde validade em dezembro. Os sindicatos temem uma demissão em massa. Juntos, os segmentos beneficiados pela desoneração atual empregam mais de 6 milhões.
O ato teve representantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Força Sindical, da CTB e de 20 sindicatos de categorias que seriam afetadas pelo fim das desonerações setoriais, como comerciários, padeiros, operadores de telemarketing e profissionais da construção civil.
Para Ricardo Patah, presidente da UGT, o impacto do fim do benefício seria superior a 1 milhão de demissões já no curto prazo.
'Onda de demissões'
O senador major Olímpio (PSL-SP) afirmou que cerca de 26 milhões de pessoas poderiam ser impactadas indiretamente pelo fim da desoneração.
— É preciso derrubar esse veto já na quarta-feira porque o calendário eleitoral e o recesso parlamentar podem paralisar a discussão, e as empresas já se programam para o ano que vem. Se a desoneração acabar, haverá demissões — afirma.
Relator da Medida Provisória 936, que originou o veto de Bolsonaro, o deputado federal Paulo Orlando Silva (PC do B-SP) também participou do protesto, que reuniu cerca de 70 pessoas.
— As empresas já planejam 2021, e se a desoneração não for garantida, podemos ter uma onda de demissões ainda neste ano, e é preciso estimular a manutenção do emprego — diz.
Silva diz que a discussão da reforma tributária, e da ampliação da desoneração a outros setores defendida pela equipe econômica do governo, independe da derrubada do veto agora.
—Sou a favor de desonerar outros setores e de discutir isso. Mas o problema aqui é imediato. Esses 17 segmentos terão um grave impacto já no fim do ano se não derrubarmos o veto —- afirma o deputado.






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