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26/08/2020 - 02h03

Sindogeesp cobra mais segurança nas operações

Fonte: AssCom Sindogeesp


 
A prática equivocada e ineficaz que consiste na contratação desenfreada de trabalhadores no mercado comum, pelas empresas e terminais portuários que operam no Porto de Santos, para exercerem atividades profissionais específicas do segmento, acabou em tragédia na madrugada desta terça-feira (25).
 
Isto porque, ao manusear uma máquina pá carregadeira durante as operações realizadas no Terminal XXXIX (T-39), situado na margem esquerda do complexo portuário, região da Ponta da Praia, um trabalhador morreu soterrado por uma montanha de farelo de soja. 
 
Segundo apurado pela direção do Sindicato dos Operadores de Guindastes e Empilhadeiras do Estado de São Paulo (Sindogeesp), parte da carga acondicionada no interior do armazém caiu sobre o operador que, socorrido e levado ao Pronto Socorro da Santa Casa de Santos ainda consciente, veio a falecer no hospital. 
 
"É inaceitável que mais um companheiro, pai de família, tenha a vida ceifada de maneira tão abrupta. Não foi fatalidade não, foi mesmo a exposição de alto risco a que estão submetidos os trabalhadores avulsos e vinculados, obrigados a atingirem metas de produtividade e a deixarem questões de segurança e a própria vida em segundo plano", destacou o presidente do sindicato, Paulo Antônio da Rocha. 
 
O líder da categoria afirma que a empresa estava ciente dos riscos de acidentes. "O sindicato já fez vários questionamentos ao terminal sobre as irregularidades e declives existentes no piso do armazém, vazadores sem grades e, o mais grave, a forma equivocada no manuseio do aparelho."
 
Segundo Paulo Antônio, os operadores são obrigados a subir nos montes criados durante o armazenamento do produto para derrubar as barreiras que se erguem de forma compacta e perigosa. O procedimento operacional, na avaliação do sindicalista, expõe os trabalhadores a riscos de acidentes, como o que vitimou o portuário. 
 
O dirigente salienta que o Sindogeesp vem encontrando dificuldades na renovação do acordo coletivo de trabalho com a empresa. "Estamos enfrentando sérias objeções por parte da empregadora visando à renovação do atual instrumento normativo laboral para a utilização da mão de obra avulsa, justamente porque estamos exigindo mais controle de segurança e higiene no local de trabalho."
 
Outros acidentes envolvendo operadores de máquinas aconteceram recentemente no cais santista. "Há pouco tempo tivemos dois outros infortúnios graves e graças a Deus não fatais, inclusive vitimando um companheiro associado que segue afastado com problema no joelho. O outro, o produto atingiu a máquina quebrando o vidro que causou ferimentos nos braços, rosto e boca", ressaltou o presidente.
 
Nos próximos dias a diretoria do Sindogeesp se reunirá com o departamento jurídico da entidade para avaliar a adoção de medidas judiciais cabíveis. "A saúde e a segurança dos companheiros devem estar acima de quaisquer outros interesses, principalmente os que visam somente lucros através da produtividade nas operações. Em nome de toda diretoria e categoria me solidarizo com os familiares e amigos do trabalhador vitimado fatalmente", concluiu o mandatário.
 
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