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20/06/2018 - 10h31

Tabela aumenta suspeita sobre Grupo Libra e suposta propina, diz PF

Fonte: Jornal Nacional 
 
Inquérito investiga se MP dos portos assinada por Temer beneficiou empresas do setor. Presidente é um dos investigados.


 
A análise de uma tabela que faz parte do inquérito dos portos aumentou a suspeita da Polícia Federal sobre a participação do Grupo Libra no suposto pagamento de propina em troca de uma medida provisória para o setor. O presidente Michel Temer é alvo do inquérito.
 
O relatório da Polícia Federal analisou planilhas entregues à Justiça por advogados em uma ação contra Marcelo de Azeredo, que presidiu a Codesp, a estatal de administra o porto de Santos.
 
Uma delas é de 8 de agosto de 1998. Em frente à palavra Libra aparece “20 anos” e “terminal 34 e 35”. Ao lado, as siglas MT, MA e L. Para a sigla MT, a maior parte, R$ 640 mil. MA e L ficaram com R$ 320 mil.
 
A Polícia Federal suspeita que as siglas se referem a Michel Temer, Marcelo de Azeredo e Lima - o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer preso em março pelo Operação Skala e que não prestou depoimento alegando problemas de saúde.
 
Os investigadores também destacam que o contrato do Grupo Libra com a Codesp, assinado em 1998, tinha duração de 20 anos - terminaria em 2018. O decreto dos portos, que prorrogou as concessões dos terminais portuários do país por até 70 anos, beneficiou diretamente a Libra.
 
Nas considerações finais do relatório a que o Jornal Nacional teve acesso, a Polícia Federal avalia que “o objetivo da investigação seria apurar algum benefício à empresa Rodrimar com a edição do chamado decreto dos portos. Todavia, foi identificado que, na verdade, o decreto beneficiou a empresa Libra - através das hipóteses desenvolvidas a partir da análise de informações do inquérito contra Marcelo de Azeredo - teria repassado valores a Michel temer, Marcelo de Azeredo e João batista Lima Filho via Argeplan, a empresa do coronel Lima”.
 
Quatro sócios do Grupo Libra tiveram a prisão temporária decretada na Operação Skala e foram liberados depois de prestar depoimento.
 
Gonçalo Torrealba contou que teve encontros com Temer ao longo de 15 anos para discutir assuntos do setor de portos. Ele admitiu que o Grupo Libra foi beneficiado pelo decreto dos portos assinado por Temer, mas negou irregularidades ou doações por meio de caixa dois.
 
Um relatório interno do Tribunal de Contas da União já havia apontado irregularidades no decreto dos portos. O TCU afirma que o decreto deixa brechas que, no futuro, poderiam beneficiar empresas com contratos anteriores a 1993. É o caso da Rodrimar, também investigada pela Polícia Federal.
 
O que dizem os citados
 
A defesa de Marcelo de Azeredo disse que ele já prestou todos os esclarecimentos e não quis se manifestar sobre o relatório.
 
A defesa do coronel Lima declarou que ele não participou de nenhum ato ilícito e negou todas as acusações.
 
A assessoria do presidente Michel Temer disse que a investigação entrou no terreno da ficção policial; que as planilhas têm mais de 17 anos e já foram renegadas pela pessoa que entregou os papéis a um inquérito já extinto; e que a análise alimenta apenas uma imensa farsa.
 
A Rodrimar declarou que o relatório da Polícia Federal afirma que o decreto beneficiou outra empresa, não a Rodrimar.
 
A assessoria do Grupo Libra disse que o grupo e os acionistas estão contribuindo com as autoridades e, por isso, não vão comentar as investigações em andamento.

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